Quinta-feira, 28 de março de 2024

A fantástica imprecisão da medicina!

A medicina não tem nada a ver com a precisão da física, da matemática ou da engenharia. Ela é fundamentalmente artística e humanista. É uma ciência com pouca exatidão!

A precisão diagnostica evoluiu bastante nos últimos anos.

Ela se baseia nos hodiernos exames laboratoriais e no avançado poder tecnológico das imagens através da tomografia, ressonância e ultrassom.

Entretanto, no tratamento das doenças, ainda presenciamos muita discussão e incertezas. A cura de algumas enfermidades pode ser uma meta quase inatingível.

Por exemplo: Alzheimer, Parkinson, Aids, Vitiligo, alguns tipos de Câncer, etc.

Muito cedo na profissão aprendemos que as respostas terapêuticas nem sempre são uniformes e dependem de muito fatores. Talvez o principal deles seja a carga genética do indivíduo. Avaliando alterações genômicas podemos entender e diferenciar porque alguns indivíduos respondem a uma determinada terapia e outros não.

Ainda, nem todo processo biológico “In Vitro”, isto é, fora do organismo, tem o mesmo resultado “In Vivo”, isto é, dentro de um ser vivo.

Hoje com o desenrolar da pandemia, testemunhamos atônitos e estarrecidos as constantes mudanças de conduta em relação ao tratamento e prevenção da COVID-19.

Até o presente momento não existe nenhuma evidência científica incontestável!!

Entre dezenas de tópicos que seriam merecedores de análise, vou tentar dissecar a história cronológica da Coronavac. Na primeira entrevista em 2020, o diretor do Butantan se referiu a mesma como “a melhor vacina produzida no mundo para enfrentar o atual vírus”. Em dezembro, eufórico informou que em recentes pesquisas clínicas, ela foi eficaz em 100% dos casos graves (necessária UTI) e moderados (necessária hospitalização).

Em 07/01/2021 o Governador de São Paulo, com menos entusiasmo, anunciou que a eficácia no Brasil foi de 78%.

Uma semana após, o Instituto Butantan informou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que a Coronavac tinha eficácia de 50,38%.

Somente um pouco acima do limite necessário para que seja considerada eficaz (50%).

Em 17/01/2021 a Anvisa, baseada nestes dados, aprovou a utilização emergencial da Coronavac. No mesmo dia também autorizou a vacina da AstraZeneca. Neste momento foi autorizado o início do processo de vacinação no Brasil!!

A Organização Mundial da Saúde (OMS) só autorizou o uso emergencial da Coronavac seis meses depois (01/06/2021).

A intercambialidade vacinal ou vacinação heteróloga (troca dos imunizantes), impensável no início da vacinação, foi permitida no Brasil pelo Ministério da Saúde em 22/07/2021. Sugere ainda que uma 3ª dose, não programada, para quem usou vacina da Coronavac, troque pela da Pfizer, AstraZeneca ou Janssen.

A agencia Europeia de medicamentos que regula a entrada de Estrangeiros na Europa ainda não reconheceu a vacina chinesa! Por isso, ainda não podemos entrar na França, Alemanha e Inglaterra sem quarentena.

A história da Coronavac no Brasil é o retrato fiel da fantástica imprecisão da medicina. As verdades médicas somente são obtidas após seguimentos de muitos anos.

Em tempo, até o presente momento, a Coronavac foi a única vacina que foi aplicada no meu corpo (2 doses)!!

 

Prof. Dr. Carlos Roberto Schwartsmann – médico e professor

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