Quinta-feira, 05 de dezembro de 2024

Aborto: Veja como pensam Lula, Bolsonaro, Ciro, Doria e Tebet sobre descriminalização

Considerado polêmico e “afugentador” de votos, o tema da descriminalização do aborto encontra pouca defesa explícita entre os presidenciáveis. Exceto pela declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta semana, segundo quem “toda mulher deveria ter direito ao aborto no Brasil”, apenas Ciro Gomes demonstra aderência à pauta.

O presidente Jair Bolsonaro, o ex-governador de São Paulo João Doria e, menos enfaticamente, Simone Tebet são contrários à descriminalização. Confira as declarações que os principais pré-candidatos à Presidência já deram sobre o tema.

Jair Bolsonaro (PL)

“Que Deus olhe pelas vidas inocentes das crianças colombianas, agora sujeitas a serem ceifadas com anuência do Estado no ventre de suas mães até o sexto mês de gestação, sem a menor chance de defesa. No que depender de mim, lutarei até o fim para proteger a vida de nossas crianças!”, sobre a descriminalização do aborto na Colômbia em fevereiro de 2022.

“Lamento profundamente pelas vidas das crianças argentinas, agora sujeitas a serem ceifadas no ventre de suas mães com anuência do Estado. No que depender de mim e do meu governo, o aborto jamais será aprovado em nosso solo. Lutaremos sempre para proteger a vida dos inocentes!”, quando o Congresso da Argentina aprovou a legalização do aborto até a 14ª semana de gravidez, em 2020.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

“Aqui no Brasil, as mulheres pobres morrem tentando fazer aborto porque é proibido, é ilegal. Então uma mulher pobre fica cutucando seu útero com uma agulha de crochê, fica tomando qualquer coisa. Numa cidade chamada Jaguaquara, na Bahia, eu conheci uma mulher que utilizava fuligem do fogão à lenha, colocando na vagina pra ver se ela abortava. Enquanto a madame pode fazer um aborto em Paris, pode escolher Berlim, escolher uma boa clínica e fazer um aborto. Aqui no Brasil não faz porque é proibido, quando na verdade deveria ser transformado numa questão de saúde pública e todo mundo ter direito, e não ter vergonha. O que não dá é a Lei exigir que ela tenha”, em debate realizado em São Paulo nesta semana.

Ciro Gomes (PDT)

“Aborto é uma tragédia humana, social, moral, religiosa, mas eu acho que o Estado não tem nada que se meter para agravar essa tragédia, a não ser para proteger, para agasalhar, para aconselhar, para arranjar alternativas de adoção. Mas, no fundo, quem deve decidir isso é a mulher”, em evento em Fortaleza em 2019.

“Acho que a mulher tem direito ao respeito a seu próprio corpo. O aborto é uma tragédia humana, social, mas, antes de tudo, é uma tragédia de saúde pública. As ricas fazem [aborto] na hora que querem nas clínicas clandestinas, sem problemas, e as pobres estão morrendo. Tenho certeza que se o Estado acolhesse, aconselhasse, oferecesse uma adoção, se fizesse a mediação dos traumas familiares que as adolescentes experimentam ao se verem grávidas sem planejar, a quantidade de abortos cairia profundamente”, em entrevista à BBC Brasil em 2019.

João Doria (PSDB)

“Sou contra (a descriminalização do aborto), exceto em casos em que mulheres estupradas devam ter o direito ao aborto. Fora disso, deve-se preservar a lei como está”, em entrevista à revista Época em 2017.

Simone Tebet (MDB)

“Esse é um dos poucos temas em que tenho uma posição conservadora. Sou católica, estudei em colégio de freiras e entendo que a vida se dá a partir da concepção. O direito da mulher sobre o próprio corpo vai até onde começa o direito do outro. Sou favorável ao aborto legal (nos casos de estupro, de risco de vida para mãe e feto e de anencefalia)”, disse durante entrevista  em 2019.

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