Quinta-feira, 18 de abril de 2024

Ameba “comedora de cérebro” pode ser causa de morte de criança nos Estados Unidos

Uma criança morreu nesta semana com a suspeita de ter contraído uma infecção rara causada por um parasita conhecido como “ameba comedora de cérebro”, depois de nadar em um rio no Estado de Nebraska, nos Estados Unidos, afirmam as autoridades. Caso seja confirmada, seria a segunda morte por essa causa no centro-norte do país nas últimas semanas, o que levanta questões sobre se há influência das mudanças climáticas na proliferação desse tipo de parasita.

O Departamento de Saúde do Condado de Douglas, com sede em Omaha, em Nebraska, informou na quarta-feira (17), que os médicos acreditam que o menino morreu de meningoencefalite amebiana primária, uma infecção geralmente fatal causada pela ameba Naegleria fowleri.

Os sintomas iniciais da doença incluem febre, dor de cabeça, náuseas e vômitos, evoluindo para torcicolo, perda de equilíbrio, alucinações e convulsões.

Autoridades de saúde acreditam que a criança contraiu a doença no dia 8 de agosto, enquanto nadava no Rio Elkhorn, alguns quilômetros a Oeste de Omaha. Os sintomas começaram cinco dias depois. Ele foi hospitalizado 48 horas após o início dos sintomas. Quase dez dias depois, morreu. O nome da vítima não foi divulgado.

Normalmente a ameba é encontrada nos Estados do sul, porque prospera em temperaturas da água acima de 30ºC. “No entanto, infecções também foram detectadas no norte nos últimos anos, incluindo dois casos em Minnesota desde 2010”, disse Lindsey Huse, diretora de saúde do condado de Douglas.

“Nossas regiões estão ficando mais quentes. À medida que ficam mais quentes, a água fica mais quente e os níveis de água caem devido à seca, e você pode ver que esse organismo é muito mais feliz e tende a prosperar nessas situações”, avaliou Lindsey.

No mês passado, um morador do Missouri morreu da mesma infecção, possivelmente causada pela ameba no lago dos Três Incêndios, no Sudoeste de Iowa. As autoridades daquele Estado fecharam a praia do lago por quase três semanas como medida preventiva.

As pessoas geralmente são infectadas quando a água contendo as amebas entram em contato com seu corpo pelas narinas, enquanto nadam ou mergulham em lagos e rios. Outras fontes também foram identificadas, como água da torneira contaminada em uma cidade da área de Houston, em 2020.

Letalidade alta

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) afirma que as infecções por Naegleria fowleri são raras – cerca de três casos por ano no país –, mas alerta que são extremamente mortais.

Entre 1962 e 2021, 154 ocorrências do tipo foram relatadas nos Estados Unidos e apenas quatro pacientes sobreviveram, de acordo com o CDC.

Quase metade desses casos, 71, foi registrado entre 2000 e 2021. Texas e Flórida têm o maior número de infecções com 39 e 37, respectivamente.

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