Sábado, 25 de janeiro de 2025

Anderson Torres afirma não partilhar da opinião de que as urnas foram fraudadas

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres afirmou, em depoimento à Polícia Federal (PF), que nunca disse ter havido fraudes nas urnas eletrônicas usadas nas eleições presidenciais de 2022 e que não partilha da opinião do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o processo eleitoral.

O conteúdo veio a público após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes suspender na sexta-feira (15) o sigilo dos depoimentos das pessoas ouvidas no inquérito sobre uma possível tentativa de golpe de Estado.

Durante o processo de instrução, em que são ouvidas testemunhas e colhidas provas, Torres foi questionado sobre live realizada, em 2021, na qual foram vazados dados sigilosos sobre suposto ataque hacker ao TSE. O ex-ministro respondeu ao TSE que os peritos da Polícia Federal “jamais afirmaram ali haver fraude, ou qualquer coisa no sentido. Isso não é afirmação dos peritos e muito menos nossa ali. A gente fez foi ler os questionamentos e as considerações feitas por eles”, disse em depoimento sigiloso.

Nessa transmissão específica, Bolsonaro, o deputado federal Filipe Barros (PL) e Anderson Torres falaram. Do Palácio da Alvorada, foram feitas diversas acusações sobre fraudes às urnas, além de críticas infundadas ao sistema eleitoral brasileiro.

Minuta do golpe

O ex-ministro, ao ser perguntado se conhecia o ex-assessor para assuntos internacionais do governo Bolsonaro Filipe Martins, afirmou que não o conhece. Martins é suspeito de ser o autor da “minuta do golpe” que foi encontrada pela PF na residência de Torres. Em prisão preventiva desde 8 de fevereiro, Martins negou ter redigido o documento.

Torres também foi questionado sobre suas falas durante a reunião entre Bolsonaro, ministros e outros funcionários do governo realizada no dia 5 de julho de 2022.

Ao ser perguntado sobre o que ele quis dizer ao afirmar que queria que os presentes pensassem “no que pode fazer previamente porque todos vão se foder”, o ex-ministro afirmou queria os outros membros do primeiro escalão do governo contribuíssem para a almejada vitória e que o termo “se foder” se referia à “perda de todos os avanços que cada um tinha obtido (…) em cada uma de suas pastas”.

A fala “a gente vai atuar de forma mais incisiva. (…) Mas eu acho que o mais importante é cada um entender o momento agora e as colocações que a gente deve fazer”, dita também durante a reunião, tinha relação, de acordo com o ex-ministro da Justiça, com uma ação mais “incisiva da Polícia Federal no combate aos crimes eleitorais, empregando equipes completas em campo para atuar de maneira proativa”.

Entre o primeiro e o segundo turno, o diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques coordenou ações em estradas para abordar ônibus que transportassem eleitores. A PF abriu um inquérito para investigar se as blitz tinha como intenção evitar que as pessoas votassem.

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