Quinta-feira, 05 de dezembro de 2024

Após 15 anos, polícia indicia homem pelo desaparecimento da menina Madeleine McCann

Quinze anos depois do desaparecimento da menina britânica Madeleine McCann durante férias em Portugal, as autoridades portuguesas declararam formalmente uma pessoa suspeita na última quinta-feira (21). Os promotores na cidade de Faro, que trabalham em cooperação com autoridades alemãs, não divulgaram o nome do suspeito.

Em 2020, a polícia alemã disse que estava investigando um homem, conhecido como Christian B, em conexão com o caso. Ele não foi indiciado e nega qualquer envolvimento no desaparecimento dela.

Christian está atualmente cumprindo pena de prisão por outros delitos (envolvendo drogas) na Alemanha e recebeu uma pena de sete anos por estuprar uma mulher de 72 anos.

Madeleine, de 3 anos, desapareceu durante férias em família na Praia da Luz, em 2007. Ela nunca foi encontrada e os investigadores acreditam que ela foi sequestrada do apartamento de férias onde a família estava hospedada em um resort no Algarve.

No próximo dia 3 de maio o desaparecimento de Madeleine completa 15 anos, segundo a contagem oficial. Pela lei portuguesa já não seria possível declarar alguém como suspeita depois desta data. Declarar alguém suspeito é um passo necessário para qualquer acusação criminal.

A polícia britânica continua a tratar o desaparecimento de Madeleine, que completaria 19 anos em maio deste ano, como um inquérito sobre pessoas desaparecidas.

Confira a seguir uma retrospectiva do caso:

2007

— No dia 3 de maio, Madeleine, de Rothley, na Inglaterra, passa férias com a família no Ocean Club na Praia da Luz, Portugal.

— Em 12 de maio, os McCann dizem que “não conseguem descrever a angústia e o desespero” que estão sentindo.

— A polícia portuguesa diz acreditar que Madeleine foi sequestrada, mas que ainda está viva e em Portugal.

— Em 26 de maio, a polícia divulga a descrição de um homem visto na noite do desaparecimento de Madeleine, possivelmente carregando uma criança.

— Em junho, um chefe de polícia português admite que pistas forenses vitais podem ter sido destruídas, pois a cena não havia sido protegida adequadamente.

— Em julho, a polícia britânica envia cães farejadores para ajudar na investigação, e são realizadas inspeções no apartamento e no carro alugado dos McCann.

— Em agosto, depois de 100 dias desde o desaparecimento de Madeleine, investigadores reconhecem publicamente que ela pode não ser encontrada viva.

— Em 6 de setembro, a polícia portuguesa entrevista Kate McCann como testemunha. Em 7 de setembro, os detetives declaram que o casal é suspeito. Dias depois, os McCann retornam ao Reino Unido. Mais tarde, os promotores dizem que não há novas evidências que justifiquem um novo interrogatório.

— Gerry McCann divulga um vídeo em novembro dizendo acreditar que sua família foi monitorada por “um predador” nos dias anteriores ao desaparecimento de sua filha.

2008

— Em 20 de janeiro, os McCann divulgaram esboços de um suspeito, com base na descrição de um turista britânico de um “homem estranho” visto no resort.

— Em abril, a polícia portuguesa voa para o Reino Unido para assistir a entrevistas conduzidas pela polícia de Leicestershire com os amigos dos McCann que estavam no jantar da noite em que Madeleine desapareceu.

— Em julho, a polícia portuguesa diz ter apresentado o relatório final sobre o caso. Semanas depois, as autoridades arquivaram a investigação e retiraram o status de suspeito dos McCann.

2009 e 2010

— Em 3 de novembro, novas imagens de como Madeleine seria aos seis anos de idade são divulgadas.

— Em março de 2010, os McCann criticam a divulgação de arquivos da polícia portuguesa inéditos — com relatos de testemunhas que poderiam ter avistado Madeleine — aos jornais britânicos.

— Um mês depois, em abril, Gerry McCann diz que é “incrivelmente frustrante” que as polícias em Portugal e no Reino Unido não estejam procurando ativamente sua filha “há muito tempo”.

2011

— O então primeiro-ministro David Cameron pede à Polícia Metropolitana de Londres para ajudar na investigação.

2012

— O detetive Andy Redwood, que lidera a análise do desaparecimento de Madeleine no Reino Unido, disse à BBC que sua equipe está “tentando encerrar o caso”.

— Uma imagem gerada por computador de como Madeleine seria aos nove anos é divulgada, um dia antes de as autoridades portuguesas dizerem que não estão reabrindo a investigação.

2013

— Em maio, detetives do Reino Unido que revisam o caso dizem que identificaram “várias pessoas suspeitas”.

— Em julho, a Polícia Metropolitana anuncia que tem “novas evidências e novas testemunhas” no caso e abre uma investigação formal.

— Em outubro, os detetives dizem que identificaram 41 suspeitos em potencial.

— Um apelo do programa de TV BBC Crimewatch apresenta imagens de um homem visto carregando uma criança loira de três ou quatro anos na Praia da Luz na época em que Madeleine desapareceu.

— A polícia portuguesa reabre a sua investigação — simultânea à da Polícia Metropolitana — citando “novas linhas de investigação”.

2014

— Em junho são realizadas buscas na Praia da Luz, incluindo uma área de mato situado a sudoeste do complexo do Ocean Club. Mas nenhuma novidade é descoberta.

— Um mês depois, em julho, quatro suspeitos são interrogados pela polícia, mas também sem novidades.

2015-19

— Em setembro de 2015, o governo britânico divulgou que a investigação custou mais de 10 milhões de libras (cerca de R$ 60 milhões).

— Em abril de 2017, os quatro suspeitos oficiais investigados pela polícia foram descartados.

— Em junho de 2019, o governo do Reino Unido disse que financiará o inquérito da Polícia Metropolitana até março de 2020.

2020

Um ano depois, em junho de 2020, a polícia revela que um prisioneiro alemão de 43 anos — nomeado pela mídia alemã como Christian B — foi identificado como suspeito.

Investigadores alemães classificaram o caso como um inquérito de assassinato e dizem que estão assumindo que Madeleine está morta.

2022

Em abril de 2022, os promotores portugueses anunciam que declararam uma pessoa como suspeita oficial no caso. Eles não nomeiam a pessoa interessada, mas dizem que estão agindo a pedido das autoridades alemãs.

Isso ocorreu depois que a polícia alemã revelou em 2020 que estava investigando um homem, conhecido como Christian B, em conexão com o caso.

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