Segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Após depoimentos, candidatos de direita estão preocupados com participação de Bolsonaro nas campanhas municipais

Candidatos às eleições municipais deste ano estão preocupados com a possibilidade de o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ficar impedido, por decisões judiciais, de participar das atividades e atos das rumo ao pleito de outubro de 2024.

Segundo integrantes das campanhas, o receio aumentou depois da retirada, na sexta-feira (15), do sigilo de depoimentos dados à Polícia Federal (PF) no âmbito das investigações que apuram uma suposta trama golpista.

Aliados de Bolsonaro avaliam que ele pode ser obrigado a voltar a atenção para assuntos jurídicos, direcionando preocupação e esforços para encontrar uma linha de defesa diante das acusações. O ex-presidente é suspeito de liderar uma tentativa de golpe de Estado após perder as eleições de outubro de 2022.

A despeito das investigações da PF, diversos candidatos a prefeituras, principalmente de capitais, ouviram de Jair Bolsonaro que ele participaria ativamente das campanhas.

O ex-presidente, inclusive, teria sinalizado a integrantes de seu partido que pretende eleger ao menos mil prefeitos alinhados com sua frente política.

Na expectativa de que as agendas sejam mantidas, mesmo com a divulgação do teor dos depoimentos, auxiliares de Bolsonaro estão preparando novos eventos de pré-campanha em Goiás, Paraná e Santa Catarina.

Cenário de normalidade

Na sexta-feira (15), Bolsonaro deu continuidade a uma série de eventos eleitorais que vem realizando em vários estados do país. O ex-presidente visitou cidades da Região dos Lagos, no estado do Rio de Janeiro, como Maricá, Araruama, Cabo Frio e Búzios.

O ex-presidente participou nesse sábado do lançamento da pré-candidatura de Alexandre Ramagem à prefeitura do Rio. O deputado federal e ex-presidente da Abin se concentrou em associar o prefeito e candidato à reeleição, Eduardo Paes (PSD), ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Além de Bolsonaro, o evento teve lideranças do PL como o governador Cláudio Castro e o senador Flávio Bolsonaro, que puxou gritos de “fora Paes” e vaias ao prefeito.

“Quem está juntinho, com o rosto agarradinho com o Paes, é o chefe da quadrilha, Lula”, alegou Flávio.

O pai adotou discurso parecido:

“O município do Rio de Janeiro está nas mãos de alguém que vive abraçado no atual mandatário da Nação. Que não tem nenhum compromisso, que defende a “ideologia de gênero” — disse Bolsonaro”.

Uma das apostas do PL para Ramagem é a nacionalização da campanha, tendo como base a baixa aprovação a Lula no Rio.

Geralmente pouco afeito às pautas mais radicais do bolsonarismo, Castro bradou o mote “chama o delegado” para impulsionar a campanha de Ramagem e fez uma fala recheada de temas caros à extrema direita. Também alfinetou Eduardo Paes, com quem tem boa relação.

A candidatura de Ramagem ainda é considerada frágil por adversários por causa das investigações sobre a suposta espionagem ilegal quando esteve à frente da Abin. Há um entendimento de que uma eventual decisão da Justiça que o responsabilize de forma enfática pode minar a empreitada eleitoral.

Em 2022, o aliado foi eleito deputado federal pelo Rio. Para a disputa carioca deste ano, virou o escolhido do PL depois de Bolsonaro vetar o filho Flávio e de o general Walter Braga Netto ser considerado inelegível pela Justiça Eleitoral.

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