Quinta-feira, 27 de março de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 20 de fevereiro de 2022
Durante a manhã de sexta-feira (18), Londres ficou sob alerta vermelho em decorrência da passagem da tempestade Eunice. Imagens do aeroporto de Heathrow, em que pilotos pousavam aparentemente com dificuldade, chamavam a atenção.
Em repetidos pousos, os pilotos faziam uma aterrissagem diferente da que normalmente se vê.
Em vez de descer alinhadas à pista, as aeronaves se aproximam de lado até o último momento. Esse movimento é conhecido como “pouso-caranguejo” ou também “crab approach” (em inglês). Só no último momento elas voltam a se alinhar à pista e tocam o solo.
Esses ventos , principalmente quando não estão alinhados com a direção da pista, aumentam a complexidade da aterrissagem. No caso da tempestade Eunice, os ventos passavam pelo local como rajadas, o que torna mais difícil o pouso.
Os ventos fazem com que a aeronave não consiga se alinhar perfeitamente com a pista de pouso. É comum haver arremetidas (quando o pouso é interrompido) em situações assim.
Para contornar o problema é que foi criado o método do “pouso-caranguejo”, em que o nariz do avião é deslocado para a direção de onde o vento está vindo. Isso faz com que a aeronave se desloque ligeiramente de lado em direção à pista de pouso.
Segundo especialistas, a técnica facilita a manobra do piloto para pousar.
Tempestade Eunice – O serviço meteorológico do Reino Unido emitiu um raro alerta vermelho nesta sexta-feira (18) por conta dos “ventos extremamente fortes” provocados pela tempestade Eunice.
Na capital britânica, onde os ventos podem chegar aos 130 km/h, vários parques foram fechados e a famosa roda gigante London Eye parou de receber visitantes.
Segundo o Met Office, o fenômeno pode “causar distúrbios significativos”, com ventos que podem chegar aos 145 km/h. Ao menos uma morte foi confirmada em decorrência da tempestade.
Arremeter
Arremetidas acontecem quando o avião precisa interromper o pouso por alguma razão. O o procedimento é seguro e normal na aviação.
O piloto de avião Mateus Ghisleni explicou o que isso significa: “É um procedimento executado pelos pilotos na aproximação para o pouso em que se decide não mais pousar naquele momento. Isso pode acontecer tanto quando o avião ainda está voando quanto quando ele já tocou o solo”, diz.
“O piloto, então, decide que é mais seguro o avião voltar a voar do que continuar o pouso ou parar sobre a pista”, completa Ghisleni.
São vários os motivos que podem levar o piloto a decidir pela interrupção do pouso. Os mais comuns, segundo Ghisleni, são os seguintes:
– Mudança repentina na direção ou na velocidade do vento;
– Chuva forte sobre o aeroporto;
– Presença de algum obstáculo na pista, como um animal ou mesmo pedras;
– “Turbulências muito fortes na aproximação também levam o piloto a decidir pela arremetida”, explica o especialista. “Às vezes o próprio controle de tráfego aéreo, na torre, pede para arremeter por algum procedimento como a medição da quantidade de água na pista”, enumera.