Sexta-feira, 29 de março de 2024

Bolsonaro cita “ameaça de cadeia quando deixar o governo”

O presidente Jair Bolsonaro (PL) falou, em evento fechado e com a presença restrita a pastores evangélicos e políticos nesta quinta-feira (4), sobre uma possível prisão caso não seja reeleito e, com isso, perca a imunidade do cargo executivo.

“Às vezes me pergunto: quem sou eu para chegar aonde cheguei? Isso não é da boca pra fora. Quantas vezes eu falo pra vocês: é muito mais fácil estar do outro lado, mas é muito mais fácil estar do outro lado e não estar sendo ameaçado de cadeia quando deixar o governo”, disse.

Bolsonaro voltou a falar sobre supostas pressões que sofre para nomeações a outros Poderes. “Têm pessoas que o tempo todo ficam falando: ‘olha o teu futuro, você tem que fazer isso’, ‘eu não quero esse nome para o STJ’”, exemplificou.

Ainda de acordo com ele, a demora na indicação de André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF), após ele prometer um representante “terrivelmente evangélico”, foi devido a “chantagens” que ele teria sofrido.

No último dia 16 de maio, Bolsonaro já tinha falado publicamente sobre o temor de ser preso. “Mais da metade do meu tempo eu me viro contra processos. Até já falam que eu vou ser preso… Por Deus que está no céu, eu nunca vou ser preso.” Um mês depois, repetiu sua teoria para outro público.

Atualmente, ele é alvo de cinco investigações no Supremo. São elas:

1) tentativa de interferência na Polícia Federal (PF);

2) espalhar notícias falsas sobre as urnas eletrônicas e o processo eleitoral;

3) ataque a instituições de forma organizada nas redes sociais;

4) vazar dados de investigação sigilosa da PF; e

5) fazer ligação falsa entre a vacina da covid e a aids.

Todas as apurações tramitam no gabinete do ministro Alexandre de Moraes, alvo constante de hostilidades do presidente.

Caso Bolsonaro seja reeleito, as investigações seguem sob responsabilidade do Supremo. Nesse contexto, eventual denúncia criminal contra ele só poderá ser oferecida pela Procuradoria-Geral da República, cargo atualmente ocupado pelo procurador Augusto Aras.

No entanto, caso o atual presidente saia derrotado das urnas, as investigações sobre suas condutas serão remetidas à primeira instância judicial, podendo tomar um ritmo de tramitação diferenciado, com rito mais célere.

Ao falar sobre sua ascensão ao cargo, Bolsonaro voltou a se comparar com a ex-presidente da Bolívia Jeanine Añez, condenada a dez anos de prisão por conspirar para destituir Evo Morales do poder em 2019.

“E qual é a acusação? O mesmo que foi acusado de cometer uma senhora de nome Jeanine Añez, ex-presidente da Bolívia. Está presa condenada a dez anos com acusação de atos antidemocráticos. Alguém lembrou algum inquérito no Brasil parecido com esse nome?”, completou o presidente, novamente citando o inquérito sobre atos antidemocráticos que tramita no Supremo.

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