Domingo, 06 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 26 de junho de 2022
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, neste domingo (26), que o reajuste de salário que ele havia prometido para servidores das forças de segurança – Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e agentes do Departamento Penitenciário (Depen) – foi suspenso porque servidores de categorias estratégicas entraram em greve. O movimento, segundo o presidente, iria “parar o Brasil”.
“Houve uma ideia inicial de separar R$ 1,7 bilhão para PF, PRF e o pessoal dos estabelecimentos prisionais. Quando começamos a estudar isso aí, outras categorias não aceitaram, queriam também e entraram em greve servidores estratégicos, que parariam o Brasil. Então lamentavelmente foi suspensa essa possibilidade de reajustar para esses servidores porque o Brasil ia parar”, afirmou na noite deste domingo.
Ele reconheceu a insatisfação dos servidores em relação à falta de reajustes, mas disse que o governo evitou um corte salarial na época da pandemia – trabalhadores da rede privada puderam ter descontos nos salários proporcionais à redução na jornada de trabalho.
Também voltou a afirmar que os estudos para aumentar o valor do auxílio-alimentação está na reta final e que o governo deve propor reestruturação de algumas carreiras na lei orçamentária de 2023.
Apesar da declaração do Bolsonaro, a proposta pode não sair do papel por falta de tempo, além das dificuldades para obter espaço no orçamento. Integrantes do Executivo alertam que a janela legal para reajustar o auxílio pago aos servidores está se fechando, por conta da proximidade das eleições.
Entenda
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, ontem, que os servidores públicos devem ter aumento de salário somente no próximo ano.
Segundo Guedes, com a redução de gastos com a pandemia, o aumento da produtividade e a maior oferta de serviços digitais para a população, é possível aumentar os salários dos servidores. “Os governos passados contrataram 160 mil pessoas liquidamente. Se aposentam, por ano, de 20 mil a 30 mil por ano. Fizemos o contrário. Os servidores se aposentaram e nós digitalizamos os serviços. A produtividade subiu e pode haver aumento de salário brevemente”, explicou.
O governo, inicialmente, queria dar reajustes salariais somente para policiais federais e rodoviários federais – uma das bases eleitorais do presidente Jair Bolsonaro (PL). Porém, o restante do funcionalismo não aceitou a discriminação e exigiu a mesma benesse.
Algumas categorias, como os servidores do Banco Central e os auditores fiscais da Receita Federal, decidiram cruzar os braços em protesto. Foi quando o Palácio do Planalto decidiu conceder um reajuste linear de 5% a todo funcionalismo, percentual que não foi aceito. Desde então, há um impasse entre o governo e os servidores.