Quinta-feira, 28 de março de 2024

Caixa pagou obras em mansão de Pedro Guimarães, confirma advogado

A Caixa Econômica Federal custeou obras na casa onde mora o agora ex-presidente do banco, Pedro Guimarães, em uma área nobre de Brasília (DF). Segundo reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”, a obra foi realizada em julho de 2020 por um grupo de funcionários da EMIBM Engenharia. Esta empresa tem contratos para execução de serviços de manutenção em seus prédios e agências.

De acordo com a reportagem, que conversou com funcionários da empresa, a obra custou cerca de R$ 50 mil.

O advogado de Guimarães, o criminalista José Luis de Oliveira Lima, confirmou que a Caixa pagou as melhorias. Ele nega que a existência de irregularidade, justificando que a medida foi adotada por segurança, após registro de ameaças a Guimarães e sua família e está prevista nas normas da Caixa.

“Não houve absolutamente nenhuma irregularidade no processo de reparos feitos na casa ocupada por Pedro Guimarães. A decisão de instalar postes de luz na área externa do imóvel foi tomada pelo setor de segurança da Caixa num período em que o executivo e sua família, incluindo seus filhos, estavam sofrendo ameaças”, diz o advogado, acrescentado: “O custeio dessa iniciativa seguiu todas as regras de governança previstas no estatuto da instituição”.

Segundo o advogado, a Caixa nunca pagou despesas de aluguel do ex-presidente em Brasília:

“Pedro Guimarães, frise-se, sempre pagou com recursos próprios todas as despesas de locação em Brasília, sem fazer uso de verbas da Caixa a título de auxílio moradia”.

A reportagem da “Folha” afirma que teve acesso a uma conversa por aplicativo de mensagens em que a então diretora executiva de Logística e Segurança da Caixa, Simone Benevides de Pinho Lima. Nela, a executiva autoriza o deslocamento dos funcionários da EMIBM para realizar o trabalho na casa de Guimarães.

Durante a realização das obras, a Polícia Federal abriu inquérito para investigar um ataque hacker ao presidente após o banco fortalecer as medidas de segurança para evitar golpes no pagamento do auxílio emergencial. Uma pessoa chegou a ser presa, em setembro, nos desdobramentos da apuração.

A casa foi alugada por Guimarães depois de o executivo deixar um apartamento mantido pelo banco em um hotel de luxo em Brasília.

A “Folha” afirma que foram instalados 11 postes na reforma.

Em nota, a Caixa disse que disponibiliza “aparatos de segurança pessoal a empregados e dirigentes expostos a situação de risco”

“A Caixa disponibiliza aparatos de segurança pessoal a empregados e dirigentes expostos a situação de risco quanto à sua integridade física, em razão do exercício de suas atribuições, por meio de adequada avaliação do grau de criticidade envolvido e da compatibilidade do instrumental necessário à prevenção de incidentes em decorrência desse risco. Vale ressaltar que a medida é prevista nas normas internas, implantada como ação preventiva de proteção, e submetida às esteiras de governança do banco”, afirma o órgão.

Guimarães deixou o cargo após denúncias de assédio investigadas pelo Ministério Público Federal (MPF). Ele foi substituído Daniella Marques, que prometeu contratar uma consultoria externa para apurar os casos de assédio.

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