Terça-feira, 21 de maio de 2024

Cinco perguntas que toda mulher deveria fazer ao ginecologista sobre o seu coração

Assim que entram na idade reprodutiva, todas as mulheres são incentivadas a iniciar a rotina de consultas anuais com um médico ginecologista para cuidar da saúde reprodutiva e prevenir alguns tipos de câncer – entre eles, o de mama e o de colo de útero. Mas outro órgão deveria fazer parte dessa rotina de avaliação: o coração. Isso porque as doenças cardiovasculares ainda são a principal causa de morte no mundo e, além disso, são uma das principais causas de morte relacionadas à gravidez. Muitas dessas mortes poderiam ser evitadas se os riscos cardiovasculares das mulheres fossem discutidos e tratados precocemente.

“No Brasil, culturalmente, o ginecologista atua como se fosse o clínico geral, o médico de família. É o ginecologista que acompanha a mulher durante toda a sua vida. Por isso, é essencial que essas consultas também incluam avaliação de risco cardiovascular, especialmente para a mulher que pretende engravidar”, diz a ginecologista Maria Rita de Figueiredo Lemos Bortolotto, do Hospital Israelita Albert Einstein e responsável pela enfermaria de Gestação de Alto Risco no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP).

A médica ressalta, no entanto, que isso não significa que o ginecologista tenha que pedir um check-up cardíaco com teste de esforço ou ecocardiograma para todas as pacientes, em todas as consultas. Mas uma boa anamnese (a conversa entre a paciente e o médico para entender o histórico e a saúde dela) é fundamental para a definição dos exames.

Diante disso, a Associação Americana do Coração listou cinco perguntas básicas que toda mulher deveria fazer sobre o seu coração durante a consulta com o ginecologista.

Anticoncepcionais

Segundo a ginecologista, o uso de contraceptivos hormonais combinados (que possuem estrogênio e progestagênios) pode afetar o sistema cardiovascular, por meio de ações dos estrogênios (em especial o etinilestradiol, que é o estrogênio sintético).

“Esse hormônio pode levar ao aumento da pressão arterial, aumento da coagulação sanguínea, com maior possibilidade de trombose, principalmente nas pacientes que possuam outras condições favorecedoras de trombose, como obesidade, dislipidemias (gordura no sangue), diabetes, idade mais avançada e o tabagismo”, diz a médica. Ela ressalta que a pílula anticoncepcional não exerce esse tipo de ação em todas as mulheres e, por esse motivo, é importante usá-las com a indicação médica e o acompanhamento periódico.

Gravidez

As mulheres deveriam estar em dia com a sua saúde antes de engravidar para evitar complicações para si e para o feto. Isso significa manter um peso saudável, ser fisicamente ativa, seguir uma dieta saudável, controlar a pressão arterial e manter os níveis de glicose no sangue dentro da faixa normal.

Ter uma vida saudável é essencial porque a gravidez naturalmente exerce uma sobrecarga sobre o sistema cardiovascular. Ao longo da gestação, o volume de sangue no corpo da mulher aumenta em até 50%, o que sobrecarrega o trabalho do coração. Isso acontece porque o corpo precisa nutrir o útero, a placenta e o feto.

Após a gravidez

Segundo a ginecologista, a sobrecarga de volume sanguíneo, do trabalho cardíaco, e as alterações da anatomia pelo útero que cresce interferem na respiração da mulher (que pode ficar mais ofegante) e podem provocar inchaços durante a gravidez. Por isso, mesmo as gestantes sem doenças cardiovasculares podem apresentar um aumento nos batimentos cardíacos e um pouco de falta de ar e inchaço, especialmente no final da gravidez.

Complicações na gravidez

Entre as principais complicações da gravidez estão a hipertensão gestacional, a pré-eclâmpsia, o desenvolvimento de diabetes gestacional e o nascimento de bebês com baixo peso ou prematuros. A literatura científica aponta que mulheres que tiveram algum desses resultados adversos na gravidez correm maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares no futuro do que aquelas que não tiveram. Vale lembrar que a hipertensão prévia à gestação aumenta o risco de a mulher ter pré-eclâmpsia.

Menopausa

Até a chegada da menopausa, as mulheres têm menos doenças cardiovasculares em comparação com os homens. Com a entrada na menopausa os índices se aproximam. Segundo a médica, isso acontece tanto pelo fator idade quanto pelo fator hormonal. “Não é só uma coisa, nem só outra coisa. Elas acontecem juntas”, diz.

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Cinco perguntas que toda mulher deveria fazer ao ginecologista sobre o seu coração

Assim que entram na idade reprodutiva, todas as mulheres são incentivadas a iniciar a rotina de consultas anuais com um médico ginecologista para cuidar da saúde reprodutiva e prevenir alguns tipos de câncer – entre eles, o de mama e o de colo de útero. Mas outro órgão deveria fazer parte dessa rotina de avaliação: o coração. Isso porque as doenças cardiovasculares ainda são a principal causa de morte no mundo e, além disso, são uma das principais causas de morte relacionadas à gravidez. Muitas dessas mortes poderiam ser evitadas se os riscos cardiovasculares das mulheres fossem discutidos e tratados precocemente.

“No Brasil, culturalmente, o ginecologista atua como se fosse o clínico geral, o médico de família. É o ginecologista que acompanha a mulher durante toda a sua vida. Por isso, é essencial que essas consultas também incluam avaliação de risco cardiovascular, especialmente para a mulher que pretende engravidar”, diz a ginecologista Maria Rita de Figueiredo Lemos Bortolotto, do Hospital Israelita Albert Einstein e responsável pela enfermaria de Gestação de Alto Risco no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP).

A médica ressalta, no entanto, que isso não significa que o ginecologista tenha que pedir um check-up cardíaco com teste de esforço ou ecocardiograma para todas as pacientes, em todas as consultas. Mas uma boa anamnese (a conversa entre a paciente e o médico para entender o histórico e a saúde dela) é fundamental para a definição dos exames.

Diante disso, a Associação Americana do Coração listou cinco perguntas básicas que toda mulher deveria fazer sobre o seu coração durante a consulta com o ginecologista.

Anticoncepcionais

Segundo a ginecologista, o uso de contraceptivos hormonais combinados (que possuem estrogênio e progestagênios) pode afetar o sistema cardiovascular, por meio de ações dos estrogênios (em especial o etinilestradiol, que é o estrogênio sintético).

“Esse hormônio pode levar ao aumento da pressão arterial, aumento da coagulação sanguínea, com maior possibilidade de trombose, principalmente nas pacientes que possuam outras condições favorecedoras de trombose, como obesidade, dislipidemias (gordura no sangue), diabetes, idade mais avançada e o tabagismo”, diz a médica. Ela ressalta que a pílula anticoncepcional não exerce esse tipo de ação em todas as mulheres e, por esse motivo, é importante usá-las com a indicação médica e o acompanhamento periódico.

Gravidez

As mulheres deveriam estar em dia com a sua saúde antes de engravidar para evitar complicações para si e para o feto. Isso significa manter um peso saudável, ser fisicamente ativa, seguir uma dieta saudável, controlar a pressão arterial e manter os níveis de glicose no sangue dentro da faixa normal.

Ter uma vida saudável é essencial porque a gravidez naturalmente exerce uma sobrecarga sobre o sistema cardiovascular. Ao longo da gestação, o volume de sangue no corpo da mulher aumenta em até 50%, o que sobrecarrega o trabalho do coração. Isso acontece porque o corpo precisa nutrir o útero, a placenta e o feto.

Após a gravidez

Segundo a ginecologista, a sobrecarga de volume sanguíneo, do trabalho cardíaco, e as alterações da anatomia pelo útero que cresce interferem na respiração da mulher (que pode ficar mais ofegante) e podem provocar inchaços durante a gravidez. Por isso, mesmo as gestantes sem doenças cardiovasculares podem apresentar um aumento nos batimentos cardíacos e um pouco de falta de ar e inchaço, especialmente no final da gravidez.

Complicações na gravidez

Entre as principais complicações da gravidez estão a hipertensão gestacional, a pré-eclâmpsia, o desenvolvimento de diabetes gestacional e o nascimento de bebês com baixo peso ou prematuros. A literatura científica aponta que mulheres que tiveram algum desses resultados adversos na gravidez correm maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares no futuro do que aquelas que não tiveram. Vale lembrar que a hipertensão prévia à gestação aumenta o risco de a mulher ter pré-eclâmpsia.

Menopausa

Até a chegada da menopausa, as mulheres têm menos doenças cardiovasculares em comparação com os homens. Com a entrada na menopausa os índices se aproximam. Segundo a médica, isso acontece tanto pelo fator idade quanto pelo fator hormonal. “Não é só uma coisa, nem só outra coisa. Elas acontecem juntas”, diz.

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