Por Redação do Jornal O Sul | 20 de outubro de 2022
Os dois candidatos que disputam o segundo turno voltaram a se enfrentar nesta quinta-feira (20) em debate promovido pela Rede Pampa. Por cerca de uma hora e meia, Eduardo Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL) confrontaram ideias e, como em outros encontros, trocaram farpas.
O programa teve mediação do comunicador Paulo Sérgio Pinto e transmissão ao vivo pelas quatro emissoras e mais de cem retransmissoras da TV Pampa em todo o Estado.
Foram três blocos que totalizaram uma hora e meia, tempo durante o qual os postulantes ao cargo máximo do Executivo no Rio Grande do Sul puderam apresentar e discutir suas propostas.
Por sorteio, Onyx foi o primeiro a fazer sua apresentação. O postulante ao Palácio Piratini citou o apoio de parte do MDB gaúcho, entre eles o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo. Já Leite, falou sobre a antecipação do 13º salário dos servidores e a reorganização das contas do Estado. “A gente pagou as dívidas com os municípios e organizou as contas do Estado.”
Leite respondeu o questionamento do seu adversário a respeito da promessa de suspender o processo de privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). Onyx disse que o modelo encaminhado pelo governo do Estado foi mal feito. “Foi irresponsável o modelo de privatização. Quem mandou parar foi o Tribunal de Contas”, disse o candidato do PL. Além disso, Onyx afirmou que irá privatizar a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR).
O momento de tensão começou logo cedo, quando Leite disse que “quem tem problema na Justiça é o senhor, o crime de caixa 2. Só um acordo teve que fazer acordo com a Justiça para não ser processado”. Em resposta, Onyx afirmou que “o Rio grande me conhece e sabe que sou confiável, quem tem que explicar sobre corrupção é o senhor, como no caso da EGR”. “O senhor é um risco para o Estado, uma ameaça”, disse o tucano.
O tema da disputa presidencial entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) novamente entrou em pauta. “O dono do muro é o diabo. Tem que ter coragem. Todo mundo sabe que desde abril de 2017 eu assumi um lado no Brasil. O lado de Jair Bolsonaro, do Brasil verde e amarelo, que combate a mentira”, disse Onyx.
Leite rebateu: “O senhor renunciou a vacina, renunciou a ética, renunciou até mesmo a cordialidade. Incapaz de apertar a mão de quem apenas pensa diferente”. “O senhor cravou uma série de facas nas costas de Bolsonaro”, respondeu Onyx. Leite afirmou que nunca precisou se “pendurar” em alguém para receber votos. “Minha posição é em defesa do Rio Grande”, disse. “Não me pendurei em Jair Bolsonaro. Fui coluna”, respondeu Onyx.
Em mais um momento de troca de farpas, Onyx afirmou que Leite praticou “bullying” contra ele. O ex-ministro disse que o adversário criou “apelidos” para desmoralizá-lo. O ainda questionou a respeito da “pensão” que Leite pediu durante o governo e cita a idade do adversário.
Leite afirmou ser o único dos ex-governadores do Rio Grande do Sul que não recebe a pensão de ex-governador. O candidato também citou que Onyx é beneficiário da pensão de ex-deputado federal e tornou a falar sobre as acusações de caixa 2 contra o adversário. “O senhor promete mundos e fundos e não apresenta os fundos”, disse Leite.
O tema das vacinas foi mencionado. Leite afirmou que Onyx “é um candidato que rejeita as vacinas e, por conta disso, doenças como a poliomielite estão retornado”. Onyx, por sua vez, disse ter ajudado o governo federal a comprar 600 milhões de doses de vacina. O candidato diz não ter tomado a vacina por ter se aliado a “verdadeira ciência”.
Nas suas considerações finais Leite afirmou que “não está tudo perfeito e nada as mil maravilhas. Mas não está o horror que meu adversário tenta pintar. Espero que possam vir propostas, pois se não é uma ameaça. Estou aqui para que possamos olhar para o futuro e não retrocedermos ao passado”.
Já Onyx disse que “o Rio Grande do Sul não consegue guardar água e nem fazer um programa de irrigação. Vamos fazer um programa de irrigação igual Egito e Iêmen fizeram”, diz Onyx.
