Domingo, 28 de abril de 2024

Procuradoria-Geral da República ouve Carla Zambelli sobre deputada ter sacado arma e perseguido homem em São Paulo

A Procuradoria-Geral da República (PGR) tomou o depoimento da deputada Carla Zambelli (PL-SP) sobre a perseguição armada contra a um homem, em São Paulo, na véspera do segundo turno das eleições. Ela foi ouvida por videoconferência, já que está nos Estados Unidos.

A informação foi confirmada pela assessoria da deputada. A PGR não se manifestou. O depoimento foi autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, relator de um pedido de investigação contra a parlamentar feito pelo PT e advogados.

A partir do depoimento, a PGR deve avaliar se pede uma investigação formal da parlamentar, ou se é o caso de seguir com uma apuração formal. Outra hipótese é arquivar a investigação.

Segundo a assessoria da parlamentar, Zambelli explicou porque sacou a arma e defendeu que a conduta não se revestiu de nenhuma ilegalidade.

A nota da assessoria afirma que a deputada lembrou que estava acompanhada do filho, que foi ameaçada e recebeu ofensas à sua honra.

A deputada teria dito ainda que, no dia anterior aos fatos, teve seu número de telefone divulgado em redes sociais, tendo recebido inúmeras mensagens com ameaças de morte e xingamentos.

A assessoria afirmou também que a “defesa da deputada esclarece que não existe nenhuma ação penal em andamento, tratando-se tão somente de um procedimento de apuração preliminar, a qual acredita conduzirá ao arquivamento do caso”.

Vídeos

A cena da parlamentar com a arma foi filmada pelo jornalista Vinícius Costa, que estava com amigos no bar onde a deputada entrou com a arma em punho. As imagens viralizaram nas redes sociais, se tornando um dos assuntos mais comentados do Twitter. O embate de Zambelli foi com um grupo de apoiadores de Lula (PT).

De acordo com os vídeos, tudo começou em uma calçada na Alameda Lorena, no bairro dos Jardins. É possível ver que a deputada, de camiseta verde, tenta partir para cima de um homem negro depois que ele faz xingamentos para ela e diz “amanhã é Lula, papai”.

Outra imagem mostra momentos após a discussão, quando Zambelli tropeça e cai na calçada quando ia sair correndo atrás do homem. Ele se afasta, e a deputada vai atrás.

Ainda é possível ver que um segurança de Zambelli, que também estava no tumulto, saca uma arma e também corre atrás do apoiador de Lula. Outras pessoas correm e, pouco depois, é possível ouvir um disparo.

O homem perseguido corre para dentro de um bar na esquina com a rua Joaquim Eugênio de Lima. Em outro vídeo é possível ver a deputada andando com uma arma em riste. Ela entra no bar e manda o homem se deitar.

Apuração

Na decisão em que autorizou a oitiva, Gilmar Mendes disse que os fatos em questão envolveriam, em tese, os delitos de porte ilegal e disparo de arma de fogo.

O ministro citou que o caso deve ser investigado pelo STF porque os fatos ocorreram “no exercício do atual mandato de parlamentar federal e em razão de discussões políticas relativas às eleições e ao posicionamento político-partidário da Deputada Federal”.

Segundo o ministro, o depoimento imediato da deputada é uma medida necessária e adequada para esclarecer eventual investigação. Mendes disse que é preciso imprimir celeridade na apuração dos fatos.

“Ainda que tal depoimento já tenha sido prestado em primeiro grau, a reinquirição da parlamentar pelo promotor natural do caso constitui medida útil ao regular desenvolvimento das investigações, razão pela qual deverá ser imediatamente realizada pela PGR, tendo em vista inclusive a relevância do caso e a necessidade de se imprimir um ritmo adequado a este procedimento investigativo, em observância à dimensão objetiva do princípio da razoável duração do processo”, escreveu.

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