Sábado, 18 de maio de 2024

Combustíveis e alimentos foram os grandes responsáveis pela inflação de 1,62% em março

PREÇOS DE COMBUSTÍVEIS E DE ALIMENTOS PUXAM RESULTADO DE MARÇO.

Os dois grupos responderam por 72% da inflação no mês passado, diz IBGE; reajustes ficam mais disseminados

Os combustíveis e os alimentos foram os grandes responsáveis pela inflação de 1,62% em março, a maior para o mês desde 1994. O grupo Transportes, no qual ficam os combustíveis, teve alta de 3,02% no mês, enquanto o grupo Alimentação e Bebidas subiu 2,42%. Juntos, eles responderam por 72% do IPCA de março.

Só os combustíveis, reajustados nas refinarias pela Petrobras em 11 de março, foram responsáveis por 0,56 ponto porcentual da taxa do IPCA. No entanto, as elevações nesses preços costumam afetar os demais produtos e serviços da economia, contaminando a inflação como um todo por meio de diferentes componentes, explicou Pedro Kislanov, gerente do Sistema de Índices de Preços do IBGE.

A gasolina subiu 6,95% nas bombas, o óleo diesel aumentou 13,65% e o gás veicular ficou 5,29% mais caro. O gás de botijão, por sua vez, aumentou 6,57% – mas ontem a Petrobras anunciou uma redução nos preços (ver página B6).

Os aumentos influenciaram diretamente itens como transporte por aplicativo (7,98%) e etanol (3,02%), mas também outros componentes, como os alimentos consumidos no domicílio (3,09%), por conta do encarecimento do frete.

“A gente tem diversos outros componentes do IPCA (contaminados pelos combustíveis), não tem como especificar, porque o custo do frete acaba afetando todos os outros itens da economia”, disse Kislanov.

Nos alimentos comprados em feiras e mercados, para consumo em casa, os destaques negativos foram tomate, cenoura, frutas, cebola, açaí e leite. “A gente observou altas bastante expressivas. Essas altas são explicadas não só por questões climáticas, mas muito provavelmente também pelo aumento do custo do frete, do aumento do diesel”, disse.

No entanto, houve aumentos também em derivados de commodities agrícolas pressionadas no mercado internacional pela invasão da Ucrânia pela Rússia, como o óleo de soja e o pão francês. A coleta de preços para o IPCA de março abrange exatamente o primeiro mês de guerra, de 25 de fevereiro a 30 de março.

“O impacto mais claro que a gente teve foi nos preços dos combustíveis,” disse Kislanov. “As altas de alguns preços de commodities agrícolas podem estar relacionadas à guerra, mas a gente não tem como cravar que o resultado A ou B é resultado direto da guerra.” DIFUSÃO. A gasolina foi disparada a que registrou maior pressão, mas os aumentos permanecem disseminados entre os bens e serviços investigados. O índice de difusão do IPCA, que mostra o porcentual de itens com aumentos de preços, teve ligeira alta de 75%, em fevereiro, para 76,13% em março – maior porcentual desde fevereiro de 2016. “A difusão mostra a inflação mais espalhada do que no ano passado”, disse Kislanov.

A difusão de itens alimentícios estava em 74% em fevereiro e assim permaneceu em março, enquanto a difusão de itens não alimentícios passou de 75%, em fevereiro, para 78% em março.

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