Sábado, 20 de abril de 2024

Combustível em alta: “inflação do motorista” dispara e já é a maior em 21 anos

Com o preço da gasolina, do GNV (gás natural veicular) e do etanol em alta, a inflação para o motorista no Brasil disparou, segundo um levantamento realizado pelo Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV (Fundação Getulio Vargas). É a maior inflação para esse grupo desde 2000. Os itens envolvidos com aquisição e manutenção de veículos subiram quase o dobro da inflação geral nos últimos 12 meses, segundo os dados mais recentes do IPC-10 da FGV. Enquanto o índice global registrou aumento de 9,57% em 12 meses, a inflação ao motorista chegou a 18,46% no mesmo período.

O principal vilão para o bolso do motorista já é bem sabido (e sentido) pela população brasileira: os combustíveis. A gasolina subiu 40,46% desde novembro do ano passado, já o etanol registrou incríveis 64,45% de aumento. Até mesmo aqueles motoristas que optaram por ter um carro a gás para economizar, viram o GNV aumentar 37,11% nos últimos 12 meses.

O pesquisador do IBRE Matheus Peçanha explica que o preço doméstico da gasolina e do GNV seguem as cotações do petróleo e do câmbio. O barril de petróleo tem subido consecutivamente de preço por causa da política da OPEP de restrição na produção, enquanto o câmbio sofreu muita desvalorização desde o início da pandemia. Já o etanol seguiu a conjuntura da cana-de-açúcar, que teve sua produção muito afetada com a estiagem que já dura mais de um ano e as geadas do inverno passado.

Além dos combustíveis, outro núcleo de importante pressão no bolso dos motoristas está ligado diretamente à linha de produção dos veículos: comprar um automóvel novo está em média 11,27% mais caro, uma motocicleta nova está 7,85% mais onerosa e nem o automóvel usado dá trégua, acumulando um aumento de 8,44% nos últimos 12 meses. Associado a isso, peças e acessórios registram uma inflação de 12,06%.

“A indústria automotiva teve um grave problema ao longo desse ano com escassez de matéria-prima para fabricação de chapas, peças e acessórios, o que causou praticamente uma ausência de automóvel e motocicleta novos e encareceu o processo de produção, elevando o preço ao consumidor. As peças e acessórios no mercado secundário seguiram obviamente a mesma tendência derivada do mesmo problema. E os automóveis usados tiveram um aumento de demanda, como consequência dos automóveis novos em menor número e mais caros no mercado”, explica Peçanha.

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