Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Jogadora de vôlei decapitada pelo Talibã: veja outros casos de perseguição a mulheres esportistas no Afeganistão

A notícia de que a jogadora Mahjabin Hakimi, da seleção júnior de vôlei feminino do Afeganistão, foi decapitada por extremistas do grupo Talibã é mais um sinal de que as mulheres esportistas estão em risco no regime fundamentalista islâmico.

Embora o Afeganistão tivesse um histórico de desrespeito aos direitos das mulheres mesmo nos tempos em que os extremistas não governavam o país, havia sim uma tentativa de erguer a participação feminina na sociedade, nos estudos e também no esporte.

Tanto que seleções femininas de diversas modalidades foram formadas depois de 2001, quando o Talibã deixou o poder no Afeganistão com a invasão por soldados dos Estados Unidos.

Porém, com a tomada de Cabul pelos extremistas em agosto, depois da saída dos militares americanos, a preocupação com a segurança das esportistas afegãs voltou, e as demonstrações de violência ficaram mais evidentes.

Futebol feminino

As atletas da seleção afegã de futebol feminino e seus familiares deixaram o Afeganistão em 24 de agosto com apoio do governo da Austrália, informou a Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol (Fifpro).

As jogadoras que ainda viviam no país temiam perseguição do regime talibã. Algumas delas relataram viver escondidas com medo de represálias por conta de sua atividade profissional

“Estas jovens estiveram em uma posição de perigo e, em nome de suas colegas ao redor do mundo, agradecemos à comunidade internacional por terem ido em sua ajuda”, disse a Fifpro em um comunicado.

A seleção feminina de futebol do Afeganistão foi criada em 2007, em um país onde as mulheres que praticam esportes eram vistas como um ato político de enfrentamento ao Talibã.

As jogadores haviam sido aconselhadas a deletar postagens nas redes sociais e fotos da equipe para evitar represálias desde a queda do governo do Afeganistão em 15 de agosto.

Críquete

Um dos líderes culturais do Talibã, Ahmadullah Wasiq, disse em uma entrevista a uma rede de TV da Austrália, a SBS, em agosto, que o esporte feminino é algo inapropriado e desnecessário. Ele falou especificamente sobre o críquete, que é muito praticado naquela região da Ásia. “Eu não acho que não será permitido às mulheres jogar críquete, porque não é necessário que as mulheres joguem críquete”, afirmou.

“No críquete, elas podem estar em situações em que o rosto e o corpo delas não estejam cobertos, e o Islã não permite que elas sejam vistas dessa forma”, concluiu.

“Essa é a era da mídia, haverá fotos e vídeos [de mulheres praticando esportes], e as pessoas poderão assistir. O Islã e o Emirado Islâmico (a forma como o Talibã se refere ao próprio regime) não permitem que as mulheres joguem críquete ou os esportes em que elas ficam expostas”, afirmou ele, segundo o jornal “The Guardian”.

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