Quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Como foi o primeiro dia de julgamento de Daniel Alves, acusado de estupro

Preso preventivamente após ser acusado de estupro contra uma mulher de 23 anos, em uma boate em Barcelona, na Espanha, no final de 2022, o lateral Daniel Alves começou a ser julgado nessa segunda-feira (5). Serão três dias de depoimentos perante o Tribunal Provincial de Barcelona.

Na segunda foram ouvidos a suposta vítima, além de testemunhas, como uma amiga da mulher que o denunciou e uma prima. Representantes do Ministério Público, da acusação e defesa do atleta também devem falar nesta sessão, que começou às 6h30min (horário de Brasília). Alves deve falar somente no último dia.

De acordo com o jornal La Vanguadia, a mãe do jogador chegou um pouco antes do julgamento começar. Enquanto isso, ele aguardava no subsolo do tribunal. Por volta das 6h30min, ele foi levado até a corte, o que deu início à sessão, o que significa que não houve acordo entre as partes.

A advogada de Alves, Inés Guardiola, denuncia que seu cliente teve seu direito de defesa violado, pois houve uma investigação de 15 dias “unilateral”, e sem o conhecimento do jogador. “Ele foi vítima de inquérito policial sem o conhecimento do cidadão e sem possibilidade de se defender”, declarou.

A defesa também ressaltou que tivesse sido informada da denúncia desde o início, poderia ter sido realizado o teste do bafômetro. A representante também exigiu a suspensão do julgamento oral considerando que o juiz de instrução não aceitou que um segundo perito examinasse a vítima.

Inés também apresentou mais de 450 extratos “que comprovam vazamentos com informações parciais que levam à condenação” de seu cliente. “O juiz de instrução foi contaminado pela imprensa e deve levar à anulação e à liberdade”, que ele só teria sido ouvido pela corte duas vezes, e não cinco, como foi veiculado. Ela também argumenta que foi publicado que Joana Sanz, esposa do atleta, pediu o divórcio e “nunca foi assim”.

Diante das falas da advogada, o procurador de Barcelona censurou que a defesa de Alves tenha relatado ter sofrido “um julgamento paralelo” e lembra que “a atitude da vítima foi criticada e a sua imagem chegou mesmo a ser divulgada”.

Versão da vítima

Um biombo foi instalado como uma medida de proteção para a vítima, para que ela não tivesse contato com o jogador. Ela depôs por cerca de 1h15min, e relatou que estava com um grupo de amigos no local, quando eles foram convidados para uma área VIP da boate, e um garçom os levou até a mesa em que estava o jogador.  A jovem alega que não o reconheceu, e que o grupo que estava com ele o apresentou.

A jovem contou também que os dois dançaram juntos, até que Daniel Alves “levou várias vezes a mão dela até seu pênis, que ela retirou assustada”, e depois, ele pediu à ela para segui-lo até uma porta, momento em que ela se deu conta de que era um banheiro.

Ela ainda alega que tentou sair, mas foi impedida. O brasileiro a teria penetrado com violência, até ejacular. Após o abuso, ele teria deixado o banheiro primeiro. Ao sair do local, ela contou a uma amiga, e a segurança da boate foi informada, mas o lateral já havia deixado a casa noturna. Ela foi encaminhada a um hospital e dois dias depois, fez a denúncia à polícia. Os exames encontraram o DNA de Daniel Alves.

Outras testemunhas

Na sequência, uma amiga da vítima, identificada como Ana Matallana, foi ouvida. Ela disse que viu o jogador se aproximando da denunciante, “com a mesma atitude pegajosa” com que ele teria se aproximado dela. De acordo com o ge, ela relata ainda que viu a amiga tensa, e percebeu o momento em que os dois foram até uma porta, mas depois, os perdeu de vista.

Ana chorava muito, e também relatou que a vítima não quis fazer a denúncia, por medo que ninguém acreditasse nela, mas foi convencida pela amiga. “Não confia mais em ninguém”, disse a jovem ao mencionar que a vida da denunciante mudou.

Um segurança também foi ouvido, e afirmou que a reclamante estava chorando muito e dizendo aos amigos que o jogador lhe tinha feito “muito mal”, mas resistiu em denunciá-lo. Ele disse que ela parecia estar “muito nervosa” e “sofrendo”.

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