Sábado, 04 de maio de 2024

Conheça a nova estratégia da Otan para enfrentar Rússia e China

O novo documento com prioridades e diretrizes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) apontou a Rússia como uma “ameaça mais significativa e direta” à segurança dos Estados Unidos e seus aliados europeus”. A China foi citada nominalmente pela primeira vez. O país, que antes estava fora do foco de atuação da aliança atlântica, foi classificado que o classificou um desafio de defesa.

A aliança militar ocidental atualizou seu “conceito estratégico”, um documento que define sua estratégia militar e de segurança para os próximos dez anos, detalhando as ameaças que as democracias ocidentais enfrentam e explicando como pretende lidar com elas. Na opinião de analistas, trata-se de um texto que muda drasticamente a visão da Europa e dos Estados Unidos sobre suas relações com China e Rússia. O documento, aprovado por chefes de Estado e de governo dos 30 países que integram a Otan, não era revisto desde 2010.

Recentemente se dizia que a Otan tinha sofrido “morte cerebral”, mas a entidade ressurgiu após a invasão da Ucrânia comandada pelo presidente russo Vladimir Putin. Na Espanha, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que a Otan é “mais necessária agora do que nunca”.

Moscou considera a Otan uma ameaça. Recentemente, Putin acusou a entidade de ter “ambições imperiais” e de tentar afirmar sua “supremacia” por meio do conflito russo-ucraniano.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) é uma aliança militar fundada em 1949 por 12 países, incluindo EUA, Canadá, França e Reino Unido. Seus membros concordam em prestar ajuda mútua caso qualquer país da aliança seja atacado.

Críticas a China

Em relação ao governo de Pequim, o texto afirma que “as ambições declaradas e políticas coercitivas da República Popular da China (RPC) desafiam nossos interesses, segurança e valores. A RPC emprega uma ampla gama de ferramentas políticas, econômicas e militares para aumentar sua presença global e poder de projeção, mantendo-se opaca sobre sua estratégia, intenções e desenvolvimento militar”.

O texto diz também que a China “procura controlar os principais setores tecnológicos e industriais, infraestrutura crítica e materiais estratégicos e cadeias de suprimentos. Ela usa sua alavancagem econômica para criar dependências estratégicas e aumentar sua influência. Ela se esforça para subverter a ordem internacional baseada em regras, inclusive nos domínios espacial, cibernético e marítimo”.

A retórica é próxima à atualmente adotada pelos Estados Unidos, que desenvolvem uma política de rivalidade entre grandes potências, e pressionam os europeus para fazerem o mesmo. Como sinal da importância da competição com a China, Coreia do Sul e Japão foram convidados para participar da cúpula em Madri, assim como Nova Zelândia e Austrália.

O documento também menciona a possibilidade de relações construtivas com Pequim, o que pode ser entendido como resultado de pressões de membros europeus da aliança, sobretudo Berlim e Paris. Alemanha e França permanecem mais reticentes do que os Estados Unidos quanto à abordagem de hostilidades diretas contra a China, embora cada vez mais cedam à linha de Washington.

“Continuamos abertos a um envolvimento construtivo com a RPC, inclusive para construir transparência recíproca, com o objetivo de salvaguardar os interesses de segurança da aliança”, diz a ressalva.

Aumento do contingente

Durante a Cúpula de Madri, os líderes ocidentais anunciaram que as forças da Otan de prontidão subirão para 300 mil, de um atual contingente de 40 mil soldados. A este respeito, o conceito estratégico diz que os seus membros “reforçarão significativamente nossa postura de dissuasão e defesa para negar a qualquer adversário potencial quaisquer oportunidades possíveis de agressão. Para isso, iremos assegurar uma presença substancial e persistente em terra, no mar e no ar, incluindo através do reforço da defesa aérea e antimísseis integrada”.

 

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de em foco

WhatsApp pode aumentar prazo para apagar mensagens enviadas
Governo do Rio Grande do Sul destina 57 milhões de reais para indenização de famílias que moravam às margens da ERS-118
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play