Domingo, 06 de outubro de 2024

Conheça uma técnica simples para ser usada durante o sono para melhorar a disposição no dia seguinte

Em uma sociedade cada vez mais imersa no mundo digital, o sono tem perdido espaço para as horas gastas em frente ao celular e à TV. Quem entende que uma mente alerta e um corpo disposto são resultados de uma boa noite de sono, têm apostado em técnicas para blindar e potencializar o descanso. Além das clássicas, como ler e evitar aparelhos eletrônicos antes de deitar, uma pesquisa recente, da Universidade de Cardiff, no País de Gales, sugere uma peça simples como aliada: a máscara para dormir. Os pesquisadores queriam saber se, ao bloquear a luz, a máscara poderia de fato auxiliar na qualidade do sono.

Para responder à pergunta, a doutoranda em Neurociência Viviana Greco conduziu junto com um grupo de pesquisadores dois experimentos similares. O primeiro deles envolveu 89 pessoas, com idades entre 18 e 35 anos, e durou duas semanas. Na primeira semana, os voluntários deveriam usar a máscara para dormir todas as noites. Já na segunda, eles dormiriam sem a máscara. Cada pessoa dormiu na sua própria casa, mas, para evitar que a pesquisa fosse enviesada, foi solicitado que aderissem a uma rotina de sono regular. O estudo também aconteceu durante o verão, porque, segundo a doutoranda, o efeito da máscara poderia ser mais útil em épocas que amanhecessem mais cedo.

Nas manhãs dos sextos e sétimos dias, os participantes deveriam realizar três testes diferentes para mensurar o poder cerebral. Os resultados mostraram que os voluntários foram melhores em um teste de associação de pares de palavras na semana em que usaram a máscara, além de apresentarem um tempo de reação ligeiramente melhor, em torno de 10 milissegundos. Apesar disso, a peça não teve efeito significativo no teste que consistia em tocar uma sequência com a mão e pressionar as teclas de um teclado do computador o mais rápido possível.

Já o segundo experimento analisou 35 pessoas, também entre 18 e 35 anos de idade. Dessa vez, os pesquisadores pediram para que os voluntários usassem um dispositivo para monitorar o sono, além de colocarem um fotômetro, ou medidor de luz, em seus travesseiros, para que pudessem registrar a intensidade de luz assim que os participantes acordassem.

Foram duas noites seguidas dormindo com a máscara, e duas em que a máscara estava cortada e, portanto, não bloqueava luz alguma. Apesar disso, de acordo com os resultados publicados na revista Sleep, os dados não mostraram nenhuma diferença significativa entre as horas de sono ou na qualidade auto avaliativa entre usar ou não a máscara.

“Nossos resultados falam sobre tempo de reações e performances de memória aprimorados. As implicações dos resultados são significantes em algumas tarefas realizadas pela manhã, como dirigir ou durante algum contexto cultural ou educacional que exija aprender algo”, pontuou Greco ao portal de notícias britânico Daily Mail.

Os pesquisadores acreditam que usar a máscara para dormir pode estar relacionado a níveis maiores da atividade de ondas lentas no cérebro e sugerem que, embora não tenham sido capazes de registrar essa atividade, o item restaura o cérebro para codificar informações. Os cientistas também acreditam que esse processo facilita o aprendizado.

De acordo com o Instituto do Sono de São Paulo, as ondas cerebrais mais lentas acontecem durante o sono profundo, que está relacionado com a sensação de disposição ao acordar, além de ser importante para a criatividade, a perspicácia, a imunidade e a secreção do hormônio do crescimento. O sono profundo é a fase três de quatro estágios do sono, divididos entre não-REM e REM (em inglês, Rapid Eye Movement, ou movimento rápido dos olhos).

O estágio 1 do sono não-REM marca a transição entre a vigília e o sono leve, quando os batimentos cardíacos começam a diminuir, os músculos, a relaxar, e as ondas do cérebro começam a modificar. O estágio 2 não-REM começa a adentrar o sono profundo, com maior relaxamento, queda da temperatura corporal e a diminuição das atividades cerebrais. Segundo o instituto, as pessoas passam metade da noite neste estágio. Já o estágio 3 não-REM é o sono profundo, no qual os batimentos cardíacos, a respiração e os músculos estão mais relaxados, e a pessoa não desperta facilmente.

O sono REM, em adultos, só ocorre pela primeira vez depois de 90 minutos dormindo e se repete ao longo da noite e, segundo o instituto, é fundamental para memoria, capacidade de aprender, além do bem-estar.

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