Conselho Regional de Medicina pede que exercício ilegal da profissão seja investigado no Interior gaúcho

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) pediu ao Ministério Público (MP) uma investigação de exercício ilegal da atividade na cidade de Getúlio Vargas (Noroeste gaúcho). Conforme a direção da entidade, uma empresa de estética da região tem anunciado nas redes sociais uma série de serviços sem haja  profissional habilitado para os procedimentos.

Com base em termo de cooperação mútua firmado entre as duas instituições para coibir esse tipo de irregularidade, o requerimento solicita a interrupção imediata das condutas ilícitas, incluindo a aplicação de qualquer substância em partes internas do corpo dos pacientes. Também reivindica vistoria sanitária no estabelecimento e suspensão das peças publicitárias enganosas.

‘’São divulgados procedimentos e fotos de ‘antes e depois’ de práticas altamente lesivas à segurança dos pacientes, com risco de sérias complicações’’, alerta o presidente do Conselho, Eduardo Neubarth Trindade.

Toxina botulínica

Ainda segundo o Cremers, o estabelecimento anuncia a aplicação de toxina botulínica (popularmente conhecida como “botox”) e de ácido hialurônico em partes internas do corpo. Mesmo amplamente divulgada, essa técnica é um tratamento médico e, portanto, deve ser feita de forma criteriosa para atingir bons resultados e evitar complicações.

“A prevenção e tratamento de eventuais agravamentos requerem conhecimentos profundos em anatomia, fisiologia e patologias, assim como da técnica cirúrgica”, prossegue Trindade. “São conhecimentos inerentes à formação dermatológica e específicas da prática médica.”

Conselheira da Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos (Codame) da entidade, Karin Jaeger Anzolch acrescenta: a própria legislação federal restringe a atuação de esteticistas e afins à parte externa do corpo dos pacientes.

(Marcello Campos)