Segunda-feira, 16 de setembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 7 de abril de 2024
O corpo do desenhista e escritor Ziraldo está sendo velado no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro neste domingo (7). Ele morreu aos 91 anos em casa, dormindo, de causas naturais. O velório é aberto ao público. Familiares e fãs fizeram questão de prestar as últimas homenagens ao artista.
O sepultamento está marcado para 16h30 no Cemitério São João Batista, na Zona Sul da cidade.
A cineasta Daniela Thomas, filha de Ziraldo, conta que um de seus maiores orgulhos é o trabalho do pai ter atravessado gerações.
“Meu pai é uma pessoa cuja obra tem uma grande conexão com as pessoas. Naquelas filas enormes das bienais vinham o avô, o filho e o neto e, às vezes, o bisneto. Todos com um livro esmagado, lido, usado. E isso é lindo”, destacou Daniela.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, definiu Ziraldo como “um mineiro que mudou o Rio” e disse que ele terá todas as homenagens possíveis.
“Ziraldo é um mineiro que marcou a história do Rio de Janeiro e construiu um legado, de educador, de homem da cultura e de pessoa interessante que era. Uma vida bem vivida”, afirmou o prefeito.
Débora Ovídio, fã de Ziraldo, chegou cedo para homenagear o escritor que mudou a forma como ela enxergava a realidade. Ela vestia uma camiseta que retrata Ziraldo como seu personagem mais famoso, o Menino Maluquinho.
“Eu conheci Ziraldo quando a minha avó morreu, que foi também em um dia 7 de abril, há 18 anos. E eu fui presenteada com o livro Menina Nina, que conta a história do falecimento da primeira esposa do Ziraldo, e ele escreveu esse livro para a neta”, explicou.
Ela destacou que, ao longo do tempo, passou a manter uma relação amistosa com Ziraldo.
“Comecei a ir em todas as feiras do livro e ele começou a me chamar de ‘tipo neta’ quando ele descobriu que eu o conheci quando perdi a minha avó. Então, para mim, está sendo muito difícil porque hoje eu estou no velório do meu ‘tipo vô’”, disse Débora.
Criador de personagens como “O Menino Maluquinho” e a “Turma do Pererê”, Ziraldo também foi chargista, caricaturista e jornalista. Ele foi um dos fundadores do jornal “O Pasquim”, um dos principais veículos a combater a ditadura militar no Brasil.
Ziraldo Alves Pinto nasceu em 24 de outubro de 1932 em Caratinga (MG), onde passou a infância. Mais velho de uma família com sete irmãos, foi batizado a partir da combinação do nome da mãe (Zizinha) com o nome do pai (Geraldo). Leitor assíduo desde a infância, teve seu primeiro desenho publicado quando tinha apenas seis anos de idade, em 1939, no jornal “A Folha de Minas”.