Terça-feira, 16 de abril de 2024

Crianças podem desenvolver sintomas após Covid, alerta cientista da Organização Mundial da Saúde

Diante da preocupação de pais e cuidadores sobre a vacinação de crianças contra a Covid-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou, na quinta-feira (12), um podcast com a participação da pediatra e cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, que esclarece as principais dúvidas sobre o tema.

No episódio, a cientista reforça que a OMS recomenda a vacinação contra a doença para crianças com cinco anos de idade ou mais.

Soumya destaca que a maioria das crianças e adolescentes saudáveis infectados pelo novo coronavírus não apresentam quadros graves. No entanto, em casos raros, as crianças não vacinadas podem desenvolver doença grave, especialmente aquelas que têm outras doenças como diabetes, asma grave e outras doenças respiratórias, além de obesidade e condições como síndrome de Down, miopatias, fraqueza muscular e alterações neurológicas.

“Essas crianças estão em maior risco de desenvolver doença grave. Além disso, sabemos que uma porcentagem de pessoas, incluindo crianças, desenvolve sintomas após se recuperar da Covid, o que é chamado de síndrome pós-Covid ou Covid longa. Pode ser fadiga, dores de cabeça, diferentes tipos de sintomas que às vezes persistem por semanas ou meses”, afirmou a cientista.

A pediatra lembrou, ainda, que foi observado em casos raros o desenvolvimento de uma doença inflamatória chamada Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), após a fase aguda da infecção pela Covid-19.

“Por isso, é bom proteger as crianças e a OMS recomenda que crianças acima de cinco anos possam receber a vacinação contra a Covid. Portanto, a primeira razão é proteger as crianças de adoecer e de contrair essa síndrome de Covid longa. A segunda razão é reduzir a transmissão na comunidade”, disse.

“E, em terceiro lugar, o objetivo de vacinar crianças e adolescentes junto com adultos é para que as economias possam se abrir, as instituições de ensino possam permanecer abertas sem, você sabe, o risco de ter que fechar repetidamente”, completou Soumya.

Segurança das vacinas

A segurança dos imunizantes contra a Covid-19 é uma das principais preocupações de pais e responsáveis. A cientista-chefe da OMS assegurou que as vacinas são seguras e afirmou que a OMS examina os dossiês que são fornecidos pelas empresas e fornece a listagem de uso emergencial.

Segundo ela, muitos países licenciaram diferentes vacinas para uso em crianças com base em suas próprias agências reguladoras, tendo examinado os dados sobre segurança e eficácia e o perfil geral de segurança das vacinas contra a Covid-19 é considerado excelente.

“O melhor é seguir as orientações dos países, porque todos eles olharam com muito cuidado e se certificaram de que os benefícios da vacinação superam os riscos. E tão longe dos milhões de crianças que foram vacinadas em todo o mundo, sabemos que os efeitos colaterais são muito raros. Claro, as crianças podem ter febre, alguma dor no local da injeção, talvez alguma dor no corpo que dura um dia ou dois, assim como os adultos”, disse.

Como proteger crianças que ainda não foram vacinadas

A cientista da OMS também fez recomendações de prevenção voltadas para países onde a vacina contra a Covid-19 ainda não está disponível para crianças.

As medidas também contribuem para a proteção de crianças menores de cinco anos, que ainda não receberam a imunização contra a doença.

“Há muitas outras coisas que podemos fazer para manter as crianças seguras, principalmente as crianças de alto risco. Todos podemos usar máscaras quando estamos em um ambiente onde encontramos muitos estranhos de fora da família. Isso poderia ser também em instituições de ensino. Todas as crianças acima de seis anos devem ser incentivadas a usar uma máscara quando estivermos nesses lugares lotados”, disse.

A pesquisadora recomenda, ainda, que as famílias realizem o maior número possível de atividades ao ar livre com as crianças, além de manter portas e janelas abertas em ambientes fechados como escolas.

“Lavar as mãos regularmente protege contra a Covid, bem como contra outras doenças infecciosas. E também importante, todos os adultos que estão em contato com essas crianças, se forem vacinados, não estarão apenas se protegendo contra doenças graves, mas também reduzindo o risco de espalhar a infecção”, concluiu.

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