Segunda-feira, 07 de outubro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 20 de setembro de 2024
Imbuído pelo espírito de reconstrução do Rio Grande do Sul, o público que esteve do Desfile Farroupilha deste sábado (20) viu passar pela avenida Edvaldo Pereira Paiva, em Porto Alegre, uma amostra do empenho do governo do Estado para fortalecer as forças de segurança, valorizar a cultura e manter vivo do orgulho que o povo gaúcho tem por suas tradições.
O público teve acesso gratuito às arquibancadas e recebeu bandeirinhas nas cores do Estado, enfeitando ainda mais a avenida.
Um desfile triplo
Antes do desfile, o governador Eduardo Leite realizou a revista da tropa. Na sequência, passaram pela avenida os desfiles cívico-militar, temático e tradicional. No primeiro, desfilou um contingente de mais de 1,3 mil integrantes da Brigada Militar, Corpo de Bombeiros Militar (CBMRS), Polícia Civil, Instituto-Geral de Perícias (IGP), Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e Defesa Civil. A parada mostrou o efetivo das forças de segurança do governo do Estado, que cruzaram a avenida fortalecidas após a intensa atuação no período de enchente. As instituições apresentaram viaturas históricas, mostraram serviços especializados e investimentos recentes do governo para reforço das corporações.
Logo após, foi a vez do desfile temático, que homenageou o centenário do poeta e pajador Jayme Caetano Braun – tema dos Festejos Farroupilhas de 2024 –, abordando também a reconstrução do Rio Grande do Sul. Os seis carros alegóricos foram preparados no Complexo Cultural do Porto Seco, com criação e coordenação de Guaraci Feijó e direção artística de Ruben Oliveira. Neste ano houve o retorno das alegorias temáticas, que não integravam o desfile desde 2013.
O desfile temático foi aberto com as bandeiras do Rio Grande do Sul, de Porto Alegre, da 1ª Região Tradicionalista (RT) e das entidades participantes, além da faixa-tema da parada – conduzidos por prendas, peões e representantes da 1ª RT e de outras entidades envolvidas.
O primeiro carro, “Tronco Missioneiro”, exaltou a obra e as origens missioneiras de Braun, com a representação de padres e indígenas guaranis e com a presença do patrono dos Festejos Farroupilhas, Pedro Ortaça, e de familiares de Braun, de Cenair Maicá e de Noel Guarany. A homenagem também foi motivada pelos 400 anos das Missões Jesuíticas, que serão completados em 2026.
Na segunda alegoria, intitulada “Obelisco/Bicentenário da Imigração Alemã no Rio Grande do Sul”, foram celebradas as origens germânicas da família de Braun e o monumento alusivo à imigração alemã instalado em São Leopoldo, com a presença de um grupo folclórico de Santa Cruz do Sul. A temática está inserida no contexto dos 200 anos da chegada dos primeiros imigrantes de origem germânica ao Estado.
Com o tema “Família”, o terceiro carro foi dedicado à vida pessoal e familiar do pajador, contando sua história a partir da casa onde nasceu, na localidade de Timbaúva, hoje pertencente ao município de Bossoroca. Na sequência, o quarto carro, “Bolicho”, representou o bolicho de campanha que Braun administrou na vila da Serrinha, em São Luiz Gonzaga, trazendo o grupo de dança “Eu Sou do Sul” e a representação de Tio Anastácio (eternizado em canção homônima de Braun), de músicos e atendentes de balcão.
A atuação do homenageado na comunicação e na política foi o foco da quinta alegoria, “O Comunicador/O Político”, relembrando a sua participação em campanhas políticas, para as quais criava versos de improviso, e em jornais e programas de rádio. Políticos e eleitores estiveram representados na alegoria. O último carro alegórico, que integrou a segunda parte do desfile temático, chamava-se “Reconstrução” e apresentou uma escultura do célebre cavalo Caramelo, símbolo da resiliência gaúcha. Pessoas que atuaram na enchente estiveram no carro, tanto presencialmente quanto por meio de fotos. Junto ao carro, apresentou-se o Grupo de Folclore de Projeção Os Guerreiros.
Encerraram o desfile temático patrões e patroas das entidades da 1ª RT, integrantes da Comissão Estadual dos Festejos Farroupilhas, voluntários e representantes de diversas instituições que se mobilizaram no enfrentamento à enchente – como ONGs, Defesa Civil e Samu, inclusive com pessoas de outros Estados –, além de mais de 190 bandeiras representando, de forma coreografada, os municípios afetados pelo evento climático.
Por fim, o desfile tradicional foi composto por cerca de 270 cavalarianos de piquetes e Centros de Tradições Gaúchas (CTGs).