Sábado, 18 de outubro de 2025

Dezembro surpreende, mas não salva ano ruim para venda de veículos no Brasil

Os esforços do setor para compensar, em dezembro, o resultado negativo ao longo do ano, não foram suficientes para evitar resultado final negativo em 2022 em termos de vendas. Dezembro ficou 4,78% acima do mesmo mês de 2021 e 6,3% acima de novembro. As vendas de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus somaram 2,104 milhões de unidades, queda de 0,7% na comparação com 2021.

A persistente falta de peças, principalmente semicondutores, dificulta a retomada do ritmo das linhas de montagem aos níveis anteriores à pandemia. Em 2019 foram vendidos 2,79 milhões de veículos no País.

A Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave), que representa as concessionárias e divulgou os resultados na quinta-feira (5), demonstra pessimismo para este ano. A entidade calcula que o mercado de veículos zero-quilômetro vai crescer apenas 0,1% na comparação com 2022. No caso de automóveis, a expectativa da entidade é pior: não haverá crescimento em relação a 2022, que já foi de retração, com queda de 0,85% na comparação em 2021.

O presidente da Fenabrave, Andreta Jr, aponta a escassez de componentes como um dos entraves no mercado de 2022 e mostra-se preocupado em relação às restrições ao crédito, em decorrência da alta dos juros e da inadimplência. “A inadimplência cresceu. De acordo com o Banco Central, em novembro o índice foi de 5,5% pessoas físicas e 1,5% para jurídicas.”

Além disso, a venda de carros no Brasil continua recebendo reforço das compras feitas por locadoras. As chamadas vendas diretas (da montadora para o frotista) representaram 49,49 % do total em 2022. Só em dezembro, a modalidade representou 53,89% do mercado veículos leves. A Fiat foi a líder da venda direta no ano passado.

Já o segmento dos veículos eletrificados tende a continuar em ascensão, segundo os executivos do setor. Em 2022, foram vendidos quase 50 mil automóveis e comerciais leves híbridos ou 100% elétricos, o que representou avanço de 40,83% na comparação com o ano anterior.

A direção da Fenabrave mostra-se também pessimista em relação ao mercado de caminhões. A projeção da entidade indica estagnação em 2023 em decorrência, sobretudo, do aumento de preços provocado pela maior quantidade de equipamentos para atender à nova legislação de redução de emissões, conhecida por Euro 6.

Já para o segmento de ônibus, a entidade acredita que, em função do crescimento do turismo e de compras no programa Caminho da Escola, voltado aos alunos de áreas rurais, poderá haver expansão de 5% em 2023. O transporte público e o escolar foram responsáveis pela expansão de 23,42% no mercado de ônibus em 2022.

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