Sábado, 04 de maio de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 3 de outubro de 2021
Dezessete milhões de brasileiros estão com a segunda dose da vacina contra Covid atrasada. Em São Paulo, teve uma ação especial nos postos de saúde pra incentivar a vacinação.
Para chegar até o momento tão aguardado da segunda dose, o administrador Alexandre Bicudo teve que primeiro vencer a covid. Ele foi infectado pouco antes da data marcada na carteirinha e, por orientação médica, adiou.
“Eu peguei covid no início de setembro. Dia 1, 2… Exatamente 30 dias agora. A minha segunda dose ia ser no dia 8 de setembro. Por isso, eu posterguei esses dias e estou tomando a dose agora”, disse ele.
São muitos os motivos que levam as pessoas a não comparecerem aos postos dentro do prazo para completar a imunização.
“As duas primeiras vezes que eu vim, não tinha dose. E daí, só agora eu consegui. Tenho uma vida muito agitada, filho pequeno e tal. Hoje estou muito feliz que consegui tomar”, contou a professora de inglês Andressa Carolina Norberto.
Mais de 17 milhões de brasileiros não voltaram aos postos para completar a imunização. Só em São Paulo, 4 milhões pessoas. Para recuperar o atraso, no sábado teve o ‘Dia V’ de vacinação em todo o estado, com cinco mil unidades de saúde abertas o dia inteiro. O objetivo principal desse mutirão é aplicar a segunda dose.
Como só a vacinação em duas doses, e de quase toda a população, é capaz de conter a epidemia de Covid, a pesquisadora da UFRJ Lígia Bahia diz que é fundamental ir atrás de quem perdeu o prazo da segunda: “A gente sabe que as barreiras para transmissão precisam de pelo menos 70%, 80% da população vacinada. Então, a gente precisa fazer esse esforço. A gente não pode deixar ninguém para trás. Se essas pessoas compareceram para a primeira dose, existe um endereço, muitas vezes o telefone dessas pessoas, então é preciso que os postos de saúde, que os postos de vacinação, que as secretarias de saúde façam um esforço.”
É exatamente o que estão fazendo os funcionários de uma UBS que fica em uma comunidade na Zona Oeste de São Paulo. De porta em porta e também por telefone.
“A gente torce realmente que a população brasileira, que definitivamente não é nos estudos uma população antivacina, como são outros países do mundo, continue acreditando na eficácia na segurança dessas tecnologias. Elas têm sido decisivas para que a gente consiga pensar, talvez em 2022, voltar num mundo aí pré-pandemia”, afirma o infectologista Álvaro Furtado da Costa, da Faculdade de Medicina da USP.