Quarta-feira, 18 de junho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 17 de junho de 2025
O dólar fechou em alta nesta terça-feira (17). A moeda subiu 0,23% e encerrou cotada em R$ 5,4982, após ter fechado abaixo dos R$ 5,50 pela primeira vez em oito meses na véspera. O Ibovespa encerrou em queda de 0,30%, aos 138.840 pontos.
Os investidores seguiram atentos à escalada do conflito entre Israel e Irã, que entrou em seu quinto dia nesta terça-feira. Líderes do G7, reunidos no Canadá, emitiram uma declaração conjunta pedindo uma “desescalada” das tensões, mas alegaram que Israel tem o direito de se defender.
O mercado também considera os impactos indiretos da guerra, em meio a preocupações com uma possível interrupção no fornecimento do petróleo. Nesta terça-feira, por exemplo, a commodity subiu mais de 3% — mesmo após o Irã ter afirmado que suas instalações permanecem intactas até o momento. Na semana passada, os preços do petróleo já haviam subido mais de 8%.
O mais grave confronto direto entre Irã e Israel continua a se intensificar e chegou ao quinto dia nesta terça-feira (17). A escalada do conflito preocupa líderes mundiais e aumenta a tensão entre as potências do Oriente Médio.
Israel lançou a “Operação Leão Ascendente” com um ataque surpresa na sexta-feira (13), matando parte da cúpula militar iraniana e danificando instalações nucleares. O Irã respondeu com mísseis que atingiram áreas residenciais e instalações de petróleo em Israel.
Para os mercados, o conflito desencadeou um sentimento de aversão ao risco, levando os investidores a buscar refúgio em ativos seguros, como o dólar e o ouro, em um primeiro momento. Além disso, os preços do petróleo dispararam por causa da preocupação sobre a interrupção do fornecimento do produto.
Além do conflito, a chamada “Superquarta” também continua no radar do mercado. O termo se refere ao dia em que o Banco Central do Brasil (BC) e o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, anunciam suas decisões sobre as taxas de juros. Espera-se que ambos mantenham as taxas.
Por fim, no ambiente interno, a Câmara dos Deputados aprovou um pedido de urgência para analisar o projeto que visa derrubar o decreto do governo federal sobre o aumento do IOF. A crise entre o governo e o Congresso tem reflexos no futuro das contas públicas do país.
A Câmara dos Deputados aprovou na segunda-feira (16) um requerimento de urgência para um projeto que suspende os efeitos do decreto que elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), editado pelo governo Lula.
A urgência permite que a proposta seja votada diretamente no plenário, sem passar pelas comissões temáticas da Casa. O mérito da proposta, no entanto, ainda não tem data para ser analisado.
Analistas do mercado financeiro avaliam que o governo deveria focar em discutir a eficiência dos gastos públicos e em promover reformas estruturais, em vez de apenas propor novas formas de arrecadação.
Ainda em relação ao cenário doméstico, a maior parte do mercado, segundo pesquisa conduzida pelo Banco Central na semana passada com mais de 130 instituições financeiras, acredita que o cenário já possibilita uma interrupção do ciclo de alta dos juros — que vigora desde setembro do ano passado.
“O Copom deve encerrar o ciclo de aperto monetário em junho, mantendo a Selic em 14,75% ao ano, mas sinalizando estabilidade da taxa por um período prolongado”, diz o Itaú, em comunicado.
Entretanto, há bancos que projetam um novo aumento na taxa básica da economia para 15% ao ano.
A taxa atual de 14,75% é a maior no Brasil em quase 20 anos. O BC tem dito que ela é necessária para desacelerar a economia brasileira e, assim, diminuir a inflação.