Domingo, 19 de maio de 2024

“Doo óvulos para outras mulheres realizarem sonho da maternidade”: como funciona procedimento no Brasil e quem pode fazer

A criadora de conteúdo Aline Caires, de 28 anos, tornou-se doadora de óvulos há cinco anos,  soube do procedimento por meio da irmã, que também é doadora. Ela diz que já perdeu as contas de quantas doações de óvulos realizou.

“Eu me sinto com o coração quentinho e abraçado por poder de alguma forma ajudar mulheres a realizarem o sonho da maternidade”, diz.

Para fazer a doação, Aline recebe respaldo de uma clínica de fertilização assistida, como a medicação usada, ajuda de custo para o transporte e alimentação no dia da doação.

O pagamento pela doação de óvulos é proibido no Brasil. O processo para a doação, conta Aline, começa 15 dias antes da doação. Nesse período, ela faz a aplicação de injeções de hormônios para estimular a produção de óvulos e, na hora de fazer o procedimento, na clínica, é necessária sedação. “Após a coleta, eu preciso ficar de repouso por algumas horas na própria clínica”, explica.

Atividades físicas mais pesadas e intensas também são proibidas por cerca de uma semana após o procedimento.

Como funciona a doação

A ovodoação, ou doação de óvulos, é regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) pela resolução 2.320 de 2022. Ela deve ser sempre voluntária e não pode envolver pagamento, ou seja, ela não pode ter caráter lucrativo ou comercial.

Quando a doação é anônima, a doadora não sabe para quem serão destinados os óvulos e não tem contato com a mulher que vai receber o material. Ela também pode ser direta entre parentes de até quarto grau (pais, filhos, avós, irmãos, tios e primos).

A idade mínima para ser uma doadora é de 18 anos e máxima é de 37 anos. Essa idade é colocada como limite porque a partir dela as taxas de fertilidade começam a diminuir consideravelmente na mulher e qualidade dos óvulos também é afetada, aumentando as chances de mutações genéticas.

Após coletados os óvulos, as doadoras não têm mais controle sobre eles. Segundo o CFM, em situações específicas, por motivação de saúde, podem ser fornecidas exclusivamente aos médicos informações sobre as doadoras.

A quantidade de óvulos que uma mulher pode doar depende do número de habitantes da cidade em que a doação é feita. A regra busca evitar que uma doadora tenha produzido mais de dois nascimentos de crianças de sexos diferentes em uma área de 1 milhão de habitantes.

Como ser doadora

A mulher que deseja ser uma doadora voluntária de óvulos precisa procurar uma clínica especializada em reprodução assistida ou hospitais que fazem tratamentos com óvulos doados.

Para passar pelo procedimento, a doadora faz diversos exames de saúde para descartar infecções, problemas ginecológicos ou genéticos. Também é feita uma investigação do histórico médico familiar.

Além disso, a doadora não pode ter doenças como diabetes e hipertensão, já que essas comorbidades podem ter alguma predisposição genética.

Se estiver apta, a doadora precisa se preparar para a coleta e usar, por um período de 10 a 14 dias, injeções que estimulam a produção dos óvulos.

Nesse intervalo, cinco ultrassons são realizados para acompanhar o processo.

A coleta é feita com dia marcado. A mulher precisa ir até a clínica, e, sob efeito de sedação, os óvulos são coletados.

“Temos gestação de óvulos congelados há mais de uma década, e esse tempo só tende a aumentar, uma vez que o congelamento de óvulos é uma técnica relativamente recente, que foi melhorando ao longo dos anos.”

Custos da FIV

O procedimento de fertilização in vitro (FIV) custa, em média, R$ 24 mil reais, incluindo as medicações e a primeira anuidade do congelamento, segundo o Sistema Nacional de Produção de Embriões.

O valor da manutenção do congelamento de óvulos e embriões é de R$ 1 mil a R$ 2 mil por ano.

Os procedimentos de fertilização in vitro dobraram no Brasil na última década, segundo os dados do relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio).

Somente em 2022 foram realizados mais de 42 mil ciclos de fertilização, o que representa um aumento de 100% em comparação a 2012, quando foram realizados pouco mais de 21 mil procedimentos.

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