Segunda-feira, 23 de junho de 2025

É falso que agentes do Censo usam celulares com “aplicativo de urna eletrônica”

Um boato que circula nas redes sociais afirma que agentes do Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estariam utilizando “aplicativos de urnas eletrônicas” para roubarem dados dos cidadãos e fraudarem as eleições 2022.

Em um áudio no WhatsApp, um homem diz que duas pessoas que atuam no Censo teriam questionado sua intenção de voto e tentado coletar sua biometria por meio de um aplicativo em um celular. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o IBGE informaram que as afirmações são falsas.

Segundo o TSE, nenhum aplicativo pode substituir a urna física, que é o único equipamento utilizado para registrar os votos dos eleitores. A urna usa um sistema operacional desenvolvido pela própria Justiça Eleitoral. Além disso, o equipamento de votação não tem nenhum mecanismo que permita conexão com a internet, Bluetooth ou rede de acesso remoto.

Os dados de votação são inseridos em um cartão de memória, chamado de “flash das urnas”. Ao fim do dia das eleições, esses flashs são levados a um ponto de acesso ao sistema da Justiça Eleitoral. De lá, os dados são transmitidos de forma criptografada via satélite, em uma rede privada protegida por várias barreiras.

Em um trecho do áudio, o autor da gravação diz que a recenseadora do IBGE tentou coletar sua impressão digital. “Eu falei ‘eu não vou por minha mão no seu celular’. Ela falou que ‘não, que tem que ser o senhor’. Aí eu estranhei. Eu perguntei ‘por que eu que tenho que pôr o dedo aí?’ Por quê? Porque ele quer pegar digital, né? Aí eu olhei no aplicativo dela, falei, ‘deixa eu dar uma olhada’, coloquei os óculos, olhei e era uma urna eletrônica”, relatou o homem.

No entanto, o TSE e os Tribunais Regionais Eleitorais não utilizam impressões digitais coletadas por meio de smartphones. O cadastro da biometria é feito nos cartórios eleitorais, onde o eleitor deve apresentar documento de identificação, comprovante de residência e título de eleitor. Não é obrigatório ter a biometria cadastrada para votar este ano.

Segundo o Tribunal, não existe a possibilidade de uma “cópia” da impressão digital pelo celular interferir na votação. No dia das eleições, é necessário que os eleitores coloquem o dedo no terminal do mesário, que contém o leitor biométrico. Ou seja, é impossível que a pessoa tenha seu voto fraudado dessa maneira.

O único aparelho usado pelos recenseadores no momento da entrevista é o Dispositivo Móvel de Coleta, equipamento móvel por onde são registrados os dados, de acordo com o IBGE. Cada dispositivo contém um recurso que bloqueia a instalação e a utilização de outros aplicativos não relacionados à operação censitária.

O IBGE esclareceu que o Censo não leva em consideração a preferência política de quem participa da pesquisa. O objetivo do recenseamento é reunir informações de quantos são e como vivem os brasileiros. Portanto, as perguntas dizem respeito apenas ao perfil socioeconômico dos cidadãos. Até o início de novembro, serão analisados cerca de 75 milhões de domicílios particulares permanentes do País.

Na mensagem de áudio, o homem afirma que os agentes que teriam feito a entrevista estavam utilizando crachá, mas não usavam uniformes. Segundo o IBGE, os recenseadores utilizam um colete próprio do órgão, além do crachá. Na identificação, deve haver um QR code com foto do agente, nome e matrícula. A leitura do QR Code conecta o cidadão ao site do IBGE, onde também é possível verificar a foto, nome e matrícula do recenseador.

Os agentes que atuam no levantamento também devem usar um boné, que pode ter gravado nele “Censo 2020” ou “Censo 2022”, tendo em vista que a pesquisa seria realizada em 2020, mas foi postergada por conta da pandemia de covid.

O IBGE tem dois canais voltados ao cidadão que auxiliam na identificação de seus recenseadores e servidores: no site (respondendo.ibge.gov.br) e a central de atendimento, que pode ser acionada pelo número 0800 721 8181.

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