Quinta-feira, 28 de março de 2024

Entenda quando e como o 5G vai redesenhar o setor de telecomunicações e os negócios

O leilão do 5G vai gerar uma nova configuração no setor de telecomunicações no Brasil. Operadoras com atuação regional vão ampliar sua operação para outras partes do país com a criação de novos serviços que vão além da telefonia móvel.

Entre as estratégias está o desenvolvimento de soluções para a indústria e setores como o do agronegócio, com a chamada internet das coisas (IoT, na sigla em inglês). No plano das empresas está ainda o lançamento de banda larga residencial sem fio.

Um dos destaques do certame foi a participação da Winity Telecom, empresa do Pátria Investimentos, que arrematou o lote da frequência de 700MHz ao pagar R$ 1,4 bilhão, com ágio de 805,84% em relação ao preço mínimo.

Com a aquisição, segundo Sergio Bekeierman, CEO da Winity, o objetivo é atuar no chamado mercado de atacado, oferecendo frequência para as operadoras. Para ele, há potencial para explorar novas aplicações de IoT e internet residencial sem fio.

“Há um grande campo para explorar. O Brasil conta com mais de cinco mil provedores. Vamos ser a primeira operadora de atacado”, disse Bekeierman.

A Winity foi criada em 2020 já de olho na consolidação do 4G e no potencial do 5G. O Pátria já foi dono da Highline, mas vendeu a empresa de infraestrutura para o fundo norte americano Digital Bridge em 2019.

“As próprias empresas que venceram o leilão vão poder explorar novos serviços alugando a frequência que adquirimos”, destacou Felipe Pinto, sócio da área de Infraestrutura do Pátria Investimentos.

Assim, as empresas com atuação regional já miram ampliações para outras partes do país. Wendell Oliveira, presidente da Copel Telecom e da Sercomtel, empresas que fazem parte do fundo Bordeaux, do empresário Nelson Tanure, disse que pretende implantar já em março de 2022 uma cidade inteira na Região Sul do Brasil com 5G.

As duas empresas investiram R$ 160 milhões em outorgas. A Sercomtel comprou lotes regionais no Norte e em São Paulo. Já a Copel, em parceria com a Unifique (operadora de Santa Catarina e Rio Grande do Sul), reforçou sua atuação em toda a Região Sul do Brasil, após disputa com a Mega Net.

44% da banda larga

Segundo José Roberto Nogueira, fundador da Brisanet, os blocos se complementam em termos geográficos e “consolidam o crescimento da Brisanet em sua região de origem, além de viabilizar a expansão”, disse ele em nota.

Para o consultor João Moura, as empresas regionais vão agora planejar expansão nacional com novos serviços e mercados. A mineira Algar levou lotes em Minas Gerais e em localidades de Goiás, Mato Grosso e São Paulo. A Cloud2U, que pertence ao fabricante de equipamentos Greatek, arrematou lote no Sudeste (exceto São Paulo).

Luiz Henrique Barbosa, presidente da TelComp, classificou o leilão como um marco paras empresas regionais, que somam 44% do mercado de banda larga.

Veja como e quando o 5G vai chegar

1) Nas capitais, até julho de 2022

A previsão do edital é que as capitais e o Distrito Federal tenham acesso ao 5G até 31 de julho de 2022. Especialistas consideram o prazo apertado, mas a nova tecnologia atrai o interesse das grandes operadoras. As demais cidades serão incluídas, por ordem de tamanho, até 2029, quando chegará nas cidades de 30 mil habitantes.

2) Nas estradas federais, hora do 4G

As vencedoras do leilão deverão cumprir uma série de obrigações previstas no edital. É necessário levar a tecnologia 4G às rodovias federais até 2024. Este é também o prazo para levar o 5G a todas as escolas do país de ensino básico. Os vencedores também deverão implementar uma rede privada para o governo federal.

3) Conexão em casa e na cidade

A velocidade da rede 5G possibilitará cidades inteligentes, com carros autônomos, agricultura de precisão e a ampliação da Internet das Coisas (IoT em inglês), com conexão de objetos da casa, como geladeiras e cafeteiras. A tecnologia permitirá que máquinas agrícolas, plantações e rebanhos sejam conectados à internet.

4) Investimentos para conectar o país

A maior parte do dinheiro levantado pelo leilão, com total estimado em R$ 50 bilhões, será destinada a investimentos e parte ao pagamento da outorga. Com o 5G, a Anatel calcula que será possível atrair até R$ 163 bilhões de investimentos em infraestrutura nos próximos 20 anos no país.

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