Segunda-feira, 16 de setembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 6 de abril de 2024
O ex-assessor de Jair Bolsonaro Filipe Martins decidiu mudar sua equipe jurídica. O desembargador aposentado Sebastião Coelho da Silva agora passa a advogar para ele. Martins quis que Coelho integrasse sua defesa e provocou a saída dos advogados anteriores.
“Os advogados João Vinícius Manssur e William Janssen optaram por renunciar à defesa de Filipe Martins por motivos de foro íntimo”, disseram, por meio de nota.
Coelho da Silva é conhecido por críticas contundentes a Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Ainda como magistrado, ele acusou o ministro de “inflamar o Brasil”.
Ele também esteve presente no primeiro julgamento na corte de um réu pelos ataques extremistas de 8 de janeiro, em 13 de setembro do ano passado, quando ficou frente a frente com o ministro do STF, já como advogado. Coelho da Silva disse que Alexandre de Moraes é suspeito de julgar o caso e que o julgamento é político.
Procurado, Coelho respondeu que se manifesta sobre o convite e a defesa de Martins apenas após juntar a procuração que o constituirá como advogado nos processos, ou seja, formalizar a relação.
A contratação de Coelho tem o objetivo justamente de rechaçar qualquer possibilidade de colaboração premiada diante de rumores de que ele poderia avaliar essa possibilidade.
Além disso, Martins, segundo seus interlocutores, pretende mostrar que optará por uma defesa técnica independentemente da relação do seu advogado com as Cortes em Brasília.
Preso desde o dia 8 de fevereiro, o ex-assessor de Bolsonaro Filipe Martins enviou uma carta a um amigo, na quinta-feira (4). No texto, rechaça qualquer possibilidade de delação premiada. As informações são da CNN.
“Não delatei. Não delatarei. Porque não há o que delatar”, escreveu.
Ele também mencionou o filósofo Sócrates.
“Estou como disse Sócrates: ‘É preferível que eu padeça de uma injustiça do que cometer uma para livrar minha pele’”.
Filipe Martins foi preso em 8 de fevereiro de 2024 na operação Tempus Veritatis, que investiga um suposto grupo que planejava golpe de Estado para manter Bolsonaro na Presidência. Para a prisão, a Polícia Federal argumentou que o ex-assessor teria tentado fugir do país e que não sabia com exatidão seu destino e local de moradia. Moraes, que é relator do caso no STF, concordou e determinou a prisão.