Sexta-feira, 29 de março de 2024

Executivo da Moderna diz que atuais vacinas podem ser ineficazes contra a variante ômicron

As vacinas contra a covid-19 desenvolvidas até agora podem ter dificuldades para combater a variante Ômicron e levará meses para desenvolver um novo imunizante eficaz contra esta cepa, afirmou o CEO do laboratório americano Moderna ao jornal Financial Times.

Stephane Bancel declarou ao jornal, em uma entrevista publicada nesta terça-feira, que os dados sobre a eficácia das vacinais contra a nova cepa estarão disponíveis nas próximas duas semanas, mas que os cientistas não estão otimistas.

“Todos os cientistas com quem conversei… sentem que ‘isto não vai ser bom’”, disse ao jornal.

A advertência de Bancel coincidiu com uma reunião de emergência dos ministros da Saúde do G7 sobre a nova variante, que está se propagando pelo mundo e que levou diversos países a fechar suas fronteiras e a retomar as limitações às viagens.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a ômicron representa um risco “muito elevado”.

Bancel explicou que os cientistas estão preocupados porque 32 das 50 mutações detectadas na variante ômicron se encontram na proteína ‘spike’ (ou espícula), uma parte do vírus que as vacinas usam para reforçar o sistema imunológico contra o coronavírus.

O CEO da Moderna afirmou ao Financial Times que pode acontecer uma “queda considerável” na eficácia das vacinas atuais contra a ômicron.

A Moderna já está trabalhando em uma vacina específica contra a ômicron, assim como o laboratório americano Pfizer.

Bancel afirmou que a Moderna espera entregar entre dois e três bilhões de doses deste imunizante em 2022, mas advertiu que concentrar toda a produção nas vacinas contra a variante ômicron seria perigoso, porque outras cepas continuam em circulação.

Um tom alarmista que contrasta com os esforços dos políticos para tentar tranquilizar a população a respeito da ômicron.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou na última sexta-feira (26) que a nova variante “não é motivo para pânico”.

Pfizer

A vacina da Pfizer e da BioNTech contra o coronavírus vai provavelmente oferecer uma forte proteção contra quaisquer casos graves de infecção pela variante Ômicron, afirmou Ugur Sahin, diretor executivo e cofundador da farmacêutica à Reuters. Ainda assim, ele não descarta a hipótese de que seja necessária uma versão potencializada da dose do imunizante.

Os testes laboratoriais serão feitos ao longo das próximas duas semanas para analisar o sangue de pessoas imunizadas com as duas doses da vacina da Pfizer. O objetivo é descobrir se os anticorpos encontrados são capazes de inativar a ômicron no organismo e se outras vacinas seriam necessárias.

“Acreditamos ser provável que as pessoas terão uma proteção substancial contra os quadros graves causados pela ômicron”, disse Sahin, especificando que dificilmente aqueles imunizados com a Pfizer serão hospitalizados ou precisarão de cuidado intensivo.

O CEO da BioNTech também afirmou esperar que os testes laboratoriais mostrem uma perda de proteção vacinal contra casos leves e moderados do coronavírus graças à ômicron, mas a extensão dessa perda ainda é difícil de prever. Ele não descarta a necessidade de uma dose de reforço para garantir uma camada extra de proteção contra a variante.

“No meu ponto de vista, não há nenhum motivo para ficarmos particularmente preocupados. A única coisa que me preocupa no momento é o fato de que ainda há pessoas que não se vacinaram”, disse.

 

 

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