Terça-feira, 17 de junho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 27 de maio de 2023
Em meio a debates com o governo federal para reformulação do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), representantes do setor defendem uma série de propostas. Na lista está um aumento nos limites de renda: a associação brasileira das mantenedoras reivindica que essa faixa seja estendida a alunos com renda per capita acima de três salários-mínimos.
Já no ProUni, programa em que a faculdade concede bolsas a estudantes em troca de isenção de impostos, há duas propostas. Uma delas é permitir que alunos com renda per capita de até essa faixa obtenham bolsa integral. Hoje, esse benefício só é acessível àqueles com ganhos de até 1,5 salário.
A outra sugestão é a criação de uma terceira edição do Proies, programa para faculdades com passivo tributário que permite converter até 90% das dívidas em bolsas do ProUni. Na avaliação da entidade, com a retomada do programa pode ser possível criar 300 mil bolsas.
“As mudanças no Fies podem ampliar o número de inscritos e reduzir taxas de inadimplência”, projeta Celso Niskier, presidente da Associação. “Atualmente, menos da metade das vagas do programa são preenchidas, uma vez que o aluno com renda de até três mínimos muitas vezes não consegue obter nota mínima exigida no Enem.
Números
Até março, a inadimplência do Fies somava R$ 11 bilhões. E a demanda pelo programa estudantil do governo vem caindo enquanto a procura pelo crédito universitário privado cresce.
No primeiro semestre, o Fies recebeu 205,1 mil inscritos para 67,3 mil vagas ofertadas. Mas, a expectativa é que só a metade seja efetivamente preenchida. Já o Pravaler, crédito estudantil privado, recebeu 500 mil interessados nos últimos três meses e a estimativa é que esse número atinja 1,3 milhão no fim do ano.
“Atendemos públicos com a mesma renda do Fies, o sistema de contratação do nosso financiamento é menos burocrático. Além disso, ampliamos a oferta de produtos e de faculdades parceiras”, elenca Beto Dantas, diretor de operações do Pravaler.
A diferença para o Fies é que a empresa tem critérios de risco mais rigorosos na concessão de empréstimo. O Pravaler se reuniu com o Ministério da Educação para apresentar seu modelo de negócio. “A pasta está aberta para a hipótese ter uma empresa privada fazendo esse trabalho de acompanhamento de dados”, finaliza o executivo.