Quinta-feira, 03 de outubro de 2024

Famílias de reféns israelenses não perdem a esperança

Yair Moses tem dificuldade para dormir e parece exausto. Desde sábado, 7 de outubro, quando terroristas do Hamas atacaram o kibutz israelense Nir Oz, perto da fronteira com Gaza, ele não tem notícias dos seus pais Margalit e Gadi, nem de outros parentes.

“Não sabemos o que aconteceu com eles. Eles estão bem? Estão feridos? Minha mãe é uma mulher muito doente. Ela precisa de remédios”, disse Moses à DW.

Nesta terça-feira (17/10), ele esteve em frente à embaixada da Alemanha em Tel Aviv segurando fotos dos seus pais. Os pais de Moses são divorciados, e a nova esposa de seu pai também está desaparecida, assim como a filha e duas netas dela. Moses esteve ao lado de outras famílias em frente à representação diplomática, algumas das quais têm ligações com a Alemanha ou possuem dupla cidadania.

Todos aguardavam para falar com o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, que viajou a Israel na terça-feira para demonstrar solidariedade ao país. Ele se reuniu com famílias cujos parentes estão desaparecidos ou que se acredita estarem sendo mantidos como reféns em Gaza.

Moses tem esperança de que a Alemanha ajude a pressionar pela libertação dos reféns. “A pressão precisa vir do mundo inteiro, e ficamos gratos por ele [Scholz] ter vindo”, disse.

Até agora, as famílias de 203 reféns foram notificadas pelos militares israelenses sobre familiares detidos em Gaza. Os grupos radicais islâmicos Hamas e Jihad Islâmica afirmam que mantêm até 250 reféns, incluindo civis e soldados.

O governo israelense declarou guerra após os ataques do Hamas a mais de 20 comunidades no sul de Israel, onde os terroristas mataram centenas de civis e soldados e fizeram reféns. Desde então, cerca de 1,4 mil israelenses foram mortos, entre eles muitos civis.

Na Faixa de Gaza, isolada e governada pelo Hamas, onde vivem cerca de 2,2 milhões de pessoas, o número de mortos no subsequente bombardeamento de Israel ao pequeno enclave passa de 3,7 mil, de acordo com as autoridades locais de saúde palestinas.

Dezenas de milhares de pessoas foram deslocadas das suas casas no meio de um cerco total imposto por Israel, que prometeu erradicar completamente o Hamas da área.

Sem informações

Atualmente, não há informações sobre se estão ocorrendo negociações indiretas, e alguns familiares estão revoltados com o que consideram uma resposta lenta do governo. Entretanto, duas reféns norte-americanas foram libertadas pelo Hamas nessa sexta.

Tzachi Hanegbi, chefe do Conselho de Segurança Nacional de Israel, teria dito que não há atualmente nenhum esforço ativo de negociação em andamento. Ao mesmo tempo, os esforços internacionais para ajudar a garantir a libertação dos reféns aumentaram.

A questão esteve na ordem do dia durante a curta visita do presidente dos EUA, Joe Biden, a Israel, na quarta-feira, uma vez que há vários cidadãos americanos entre os desaparecidos e raptados. Biden pediu que a Cruz Vermelha Internacional tenha acesso aos reféns e disse que os EUA estão “trabalhando com parceiros em toda a região” para resolver o problema.

A visita do presidente dos EUA também resultou em anúncios de que o Egito e Israel permitiriam que um número limitado de caminhões com ajuda humanitária cruzasse a passagem de Rafah, do Egito para Gaza. A situação da população civil de Gaza, encurralada no enclave, piorou dramaticamente desde o início da guerra, com Israel tendo cortado o fornecimento de eletricidade, água e alimentos.

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