Quinta-feira, 28 de março de 2024

FMI diz que a inflação deve recuar em 2022, mas riscos devem mantê-la elevada

O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse nesta quarta-feira (6) que a alta nos preços ao consumidor deve atingir o pico neste outono do Hemisfério Norte e recuar para níveis pré-pandemia em meados de 2022, mas os riscos de que os picos de inflação gerados ​​pela escassez se provem mais persistentes permanecem, desancorando as expectativas.

As projeções do FMI para as economias avançadas mostram que a inflação chegará a um pico de 3,6% no outono de 2021 e diminuirá para cerca de 2% em meados de 2022. Os mercados emergentes e as economias em desenvolvimento verão a inflação recuar para cerca de 4% no próximo ano, após atingir o pico em 6,8% neste outono.

A análise da equipe foi divulgada como um capítulo de análise do relatório Perspectiva Econômico Mundial, intitulado “Temores de Inflação”.

“O aumento acentuado nos preços das moradias e a prolongada escassez de insumos nas economias avançadas e em desenvolvimento e as contínuas pressões sobre os preços dos alimentos e desvalorizações cambiais nos mercados emergentes podem manter a inflação elevada por mais tempo”, disse o FMI no relatório.

O FMI disse que a inflação foi impulsionada recentemente pela demanda reprimida e pela poupança acumulada, alimentada por estímulos fiscais e monetários; preços de commodities em rápido aumento; e escassez de insumos e interrupções na cadeia de abastecimento.

“Simulações de cenários caracterizados por fortes altas em cotações de commodities, choques contínuos em setores e expectativas adaptativas sugerem significativos riscos ao cenário de inflação”, diz o documento.

Em nota, os economistas do FMI afirmam que os países precisam estar atentos aos indicadores para serem mais céleres, caso a inflação demonstre descontrole.

Na última terça-feira (5), a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, disse que o Fundo prevê que o crescimento global cairá ligeiramente, abaixo dos 6% previstos em julho, como reflexo dos riscos inflacionários e de divergências econômicas relacionadas à pandemia.

O encontro foi realizado “como parte de sua revisão em curso do assunto levantado pela investigação de WilmerHale sobre o relatório ‘Doing Business 2018’ do Banco Mundial”.

O órgão executivo do FMI, que é formado por 24 diretores que representam os 184 membros atuais do Fundo, é presidido pela diretora-gerente.

Uma investigação do escritório WilmerHale publicada em setembro descobriu que, enquanto era diretora-executiva do Banco Mundial, Georgieva esteve entre os funcionários de primeiro escalão que pressionaram o pessoal da organização para modificar informações em benefício da China, na edição de 2018 do relatório “Doing Business”, a principal publicação do banco.

Depois que a investigação veio à tona, o Banco Mundial eliminou as classificações do relatório, que elaborava um ranking dos países em função de suas regulações comerciais e reformas econômicas.

Georgieva, que assumiu o cargo de diretora-gerente do FMI em 2019, classificou as conclusões do relatório de WilmerHale de “equivocadas” e afirmou que não havia pressionado “ninguém”.

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