Quinta-feira, 28 de março de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 6 de outubro de 2021
O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse nesta quarta-feira (6) que a alta nos preços ao consumidor deve atingir o pico neste outono do Hemisfério Norte e recuar para níveis pré-pandemia em meados de 2022, mas os riscos de que os picos de inflação gerados pela escassez se provem mais persistentes permanecem, desancorando as expectativas.
As projeções do FMI para as economias avançadas mostram que a inflação chegará a um pico de 3,6% no outono de 2021 e diminuirá para cerca de 2% em meados de 2022. Os mercados emergentes e as economias em desenvolvimento verão a inflação recuar para cerca de 4% no próximo ano, após atingir o pico em 6,8% neste outono.
A análise da equipe foi divulgada como um capítulo de análise do relatório Perspectiva Econômico Mundial, intitulado “Temores de Inflação”.
“O aumento acentuado nos preços das moradias e a prolongada escassez de insumos nas economias avançadas e em desenvolvimento e as contínuas pressões sobre os preços dos alimentos e desvalorizações cambiais nos mercados emergentes podem manter a inflação elevada por mais tempo”, disse o FMI no relatório.
O FMI disse que a inflação foi impulsionada recentemente pela demanda reprimida e pela poupança acumulada, alimentada por estímulos fiscais e monetários; preços de commodities em rápido aumento; e escassez de insumos e interrupções na cadeia de abastecimento.
“Simulações de cenários caracterizados por fortes altas em cotações de commodities, choques contínuos em setores e expectativas adaptativas sugerem significativos riscos ao cenário de inflação”, diz o documento.
Em nota, os economistas do FMI afirmam que os países precisam estar atentos aos indicadores para serem mais céleres, caso a inflação demonstre descontrole.
Na última terça-feira (5), a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, disse que o Fundo prevê que o crescimento global cairá ligeiramente, abaixo dos 6% previstos em julho, como reflexo dos riscos inflacionários e de divergências econômicas relacionadas à pandemia.
O encontro foi realizado “como parte de sua revisão em curso do assunto levantado pela investigação de WilmerHale sobre o relatório ‘Doing Business 2018’ do Banco Mundial”.
O órgão executivo do FMI, que é formado por 24 diretores que representam os 184 membros atuais do Fundo, é presidido pela diretora-gerente.
Uma investigação do escritório WilmerHale publicada em setembro descobriu que, enquanto era diretora-executiva do Banco Mundial, Georgieva esteve entre os funcionários de primeiro escalão que pressionaram o pessoal da organização para modificar informações em benefício da China, na edição de 2018 do relatório “Doing Business”, a principal publicação do banco.
Depois que a investigação veio à tona, o Banco Mundial eliminou as classificações do relatório, que elaborava um ranking dos países em função de suas regulações comerciais e reformas econômicas.
Georgieva, que assumiu o cargo de diretora-gerente do FMI em 2019, classificou as conclusões do relatório de WilmerHale de “equivocadas” e afirmou que não havia pressionado “ninguém”.