Sábado, 04 de maio de 2024

Governo frouxo no País de desigualdades

Um dos índices mais incômodos do Brasil – entre outros tantos – diz respeito às desigualdades sociais. Em 3.132 municípios brasileiros (56% deles) a renda média de cada habitante é da ordem dos R$ -497,00 reais por mês. São 70 milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha de pobreza.

É o que revela pesquisa do IBGE de 2020 – e os números, hoje, com toda a certeza não são muito diferentes.

Ou seja, nós somos um país pobre, muito pobre, quase miserável.

É por tal ordem de razão que detesto essa história de patriotismo. De que nos vale o amor à pátria, de orgulho do Brasil? E o que dizer dos babacas (desculpem, não achei outra palavra) que ostentam em suas varandas e janelas o pavilhão nacional, ora subjugado a uma facção política, dos “cidadãos de bem” e únicos “patriotas”?

Os números de nossa desigualdade social deveriam corar de vergonha a todos, da direita à esquerda. Assim como nos deveriam envergonhar os desaforos e fakes news trocados, as imprecações raivosas e intermináveis entre dois lados – cada qual culpando o outro pelo estado de coisas.

O Brasil só tem um caminho: a unidade, senão de todas as forças da nacionalidade, ao menos das mais relevantes, para o fim de superar o atraso, dar um passo à frente, reduzir o sofrimento da maioria do povo, que mal tem recursos para se sustentar e manter a família, com um mínimo de decência e dignidade.

Mas, não. Direita e esquerda se digladiam em tempo integral. Se detestam e odeiam. Ninguém se olha no espelho – tais forças só cuidam dos seus respectivos cercadinhos, e só mobilizam suas energias para atribuir à formação inimiga os erros que levaram o país ao atoleiro.

Apoiei Lula contra Bolsonaro. Tinha um assomo de esperança de que Lula seria capaz de vencer as mágoas – muitas delas justas – , suas velhas crenças e até suas idiossincrasias, para inaugurar um novo tempo, não por causa das promessas de campanha, mas porque ele, com a experiência anterior e com a idade, saberia dar um rumo ao país.

Passados quase nove meses, Lula parece que veio para aumentar as fraturas do país. Voltou pior do que sempre foi: ranzinza, vingativo, teimoso nas suas convicções, olhando sempre para trás, nostálgico das glórias que ele mesmo se atribui, cada vez mais cioso de que foram os outros que causaram o estrago.

Lula voltou irrequieto, caótico, hiperativo, tratando de todos os assuntos ao mesmo tempo, cuidando mais do mundo do que do Brasil, ressuscitando cada um dos velhos programa e das velhas práticas, sem foco, com o pé sempre no estribo para a próxima jornada internacional.

No mega governo de quarenta ministérios, há ministros que nunca foram recebidos e nem sabem onde fica a sala presidencial. Alguns deles estão ali de passagem, guardando lugar para novos ocupantes, recrutados no velho e ruim Centrão. Se existe um esforço metódico para melhorar a eficiência do governo, ninguém sabe, tal como das emendas mais rombudas do orçamento.

Diante dos índices de desigualdade do país e da frouxidão das medidas concretas do governo Lula, é preciso ser um otimista desvairado para acreditar no futuro.

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