Terça-feira, 25 de novembro de 2025

Governo teme “vingança” após prisão de Bolsonaro

Entrou no radar governista ao menos três retaliações após a prisão de Jair Bolsonaro. O PL deu uma guinada contra o projeto da Dosimetria e não aceita falar em redução de pena, mas em anistia. O presidente da Câmara, Hugo Motta, avisou que não irá pautar o texto. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), lembra que o partido só pediu uma coisa a Motta e a Davi Alcolumbre, na campanha para presidência das respectivas Casas: votar o texto. E eles prometeram que o pautariam.

Nada anda

Na reunião do PL, nesta segunda (24), fechada à imprensa, a palavra de ordem era obstrução. Travar tudo no Senado e na Câmara.

E a grana?

A preocupação do governo é com o Orçamento 2026, já atrasado. O líder na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), estridente, ajuda a piorar o clima.

Sem ajuda

Motta repetiu Arthur Lira e “demitiu” o interlocutor de Lula na Câmara. Não quer saber de Lindbergh, trata só com José Guimarães (PT-CE).

Espera sentado

No Senado a coisa azedou foi para Jorge Messias, indicado ao STF. Se aprovado, o “Bessias” cai justamente na turma que julga Bolsonaro.

Ação da Raízen/Shell na B3 despenca para R$0,82

Literalmente, cai pelas tabelas a distribuidora de combustíveis Raízen S/A, sócia da Shell, controlada pelo ex-magnata Rubens Ometto. A ação da empresa, cotada a R$6,22 em 2021, foi caindo e fechou em R$0,82 nesta segunda (24), mesmo com alta da a B3, a bolsa do Brasil. Investidores em geral comemoram queda no valor de ações porque isso pode significar oportunidade de comprar mais ações de boas empresas por preço menor. Exceto se o papel exala odores de cadáver insepulto.

Capivara alentada

Na capivara da Raízen tem até acusação de formação de cartel no Cade, o Conselho de Defesa Econômica do Ministério da Justiça.

Pendura milionário

A Raízen/Shell está entre os 500 maiores devedores do Estado de São Paulo, R$730 milhões, mas age como se a pendura não existisse.

Devedor contumaz

Apesar do débito milionário, a Raízen é uma das donas do Instituto Combustível Legal (ICL) e faz campanha contra o “devedor contumaz”.

Barricada per capita

Cláudio Castro (PL) revelou que seu governo mapeou 13 mil barricadas anti-blindados da polícia nas ruas de apenas cinco municípios do Rio. A operação iniciada ontem (24) prevê remover todas até o final de 2026.

Derrota a vista

Das derrotas que o governo Lula (PT) espera no Congresso, após a prisão de Jair Bolsonaro, está a qualificação de facções criminosas como terroristas. Até escapou na Câmara, mas deve ser retomada no Senado.

Arredondar não pode

O governo Lula previu a inflação de 2025 entre 1,5% e 4,5%, com alvo principal de 3%, o tal “centro da meta”. Agora comemora a previsão que vai cumprir o objetivo “abaixo do teto da meta”… em 4,45%.

Conta outra…

O Boletim Focus registra que a Selic foi mantida em 15% por “recuo da inflação, desaceleração da economia e ambiente externo incerto”. E repete a previsão que fez há um ano: em 12 meses, a Selic cairá a 12%.

Cunha de volta

Hoje dedicado à advocacia, o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha, que se enrolou no Mensalão no primeiro no governo Lula (PT), ensaia seu retorno: foi homenageado na Câmara de Osasco, sua cidade.

Novo embaixador

O Itamaraty concedeu agrément à indicação de Raúl Graugnard para o cargo de embaixador plenipotenciário de Honduras em Brasília a partir de 19 de dezembro. O futuro embaixador é um apaixonado pelo Brasil.

Votação em 2026

A indicação de Jorge Messias ao STF não havia nem chegado às mãos de Davi Alcolumbre (União-AP) no Senado, até ontem (24). Com isso, a indicação nem relator tem. Análise e voto devem ficar mesmo para 2026.

Espera sentado

Governistas não receberam bem a nota do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, sobre a sabatina de Jorge Messias, indicado ao STF. O vago “no momento oportuno” sinaliza um chá de cadeira para o “Bessias”.

Pensando bem…

…manchetes desfavoráveis ao governo Lula e aliados foram rapidamente substituídas com a prisão de Bolsonaro.

PODER SEM PUDOR

Mestre do clientelismo

Raposa política mineira, José Maria Alkimin foi também mestre do clientelismo, naqueles tempos em que ninguém levava a sério concurso para ingressar no serviço público. Certa vez, ele recebeu um rapaz que havia solicitado um emprego no Estado, desafiando-o com inteligência: “⁠Estou desanimado, dr. Alkimin. Acho que não vou conseguir…” A raposa lembrou: “⁠O que é isso, meu filho? Esqueceu que me tem como padrinho?” O homem insistiu: “⁠É que são muitos candidatos, dr. Alkimin…” O político sentenciou: “⁠Mas eles não me têm como padrinho…”O rapaz seria nomeado uma semana depois.

(Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos – Instagram: @diariodopoder)

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Este artigo reflete minhas impressões pós-COP30: entre a rotina retomada, o impacto das notícias climáticas e a consciência renovada sobre o papel da informação e da ciência
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