Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Inferno astral do Facebook já havia começado a se intensificar no fim de semana, antes da pane global

A ex-funcionária do Facebook que vazou documentos internos da empresa revelou sua identidade no último domingo (3) em entrevista à emissora americana “CBS News” durante o programa “60 Minutes”.

Frances Haugen, de 37 anos, trabalhou como gerente de produtos na companhia e era responsável por projetos relacionados com eleições.

Foi a partir dos documentos obtidos por ela que o “Wall Street Journal” publicou reportagens em meados de setembro indicando que o Facebook protegia celebridades das regras de conteúdo, que a empresa sabia que o Instagram é “tóxico” para os adolescentes e que a resposta da empresa às preocupações dos funcionários sobre o tráfico de pessoas foi muitas vezes “fraca”.

Durante a entrevista à emissora de TV “CBS News”, Haugen acusou o Facebook de “colocar os lucros acima da segurança” e afirmou que “agiu para ajudar a incentivar mudanças na gigante das mídias sociais, não para despertar raiva”.

Ela realizou um testemunho perante ao Congresso dos EUA nesta terça-feira (5) onde falou mais sobre o período em que trabalhou na gigante das redes sociais.

“Sugerir que encorajamos conteúdo nocivo e não fazemos nada a respeito simplesmente não é verdade”, disse o Facebook.

Estímulos

Na entrevista ao programa “60 Minutes”, ela explicou como o algoritmo, que escolhe qual conteúdo mostrar para cada usuário, está otimizado para o conteúdo que gera uma reação.

“Ninguém no Facebook é malévolo”, disse Haugen. “Mas os incentivos estão desalinhados, certo?”

“O Facebook percebeu que, se mudar o algoritmo para que seja mais seguro, as pessoas passarão menos tempo no site, clicarão em menos anúncios e vão gerar menos dinheiro”, continuou.

“O Facebook ganha mais dinheiro quando você consome mais conteúdo. As pessoas gostam de se envolver com coisas que provocam uma reação emocional. E quanto mais você sentir raiva, mais vai interagir, mais vai consumir.”

Haugen disse que durante as eleições presidenciais americanas de 2020, a empresa percebeu o perigo que esse conteúdo representava e ativou os sistemas de segurança para reduzi-lo. No entanto, esse sistema teria sido desativado após o fim das eleições.

“A versão do Facebook que existe hoje está destruindo nossas sociedades e causando violência étnica em todo o mundo”, afirmou.

Trabalho 

Frances Haugen começou a trabalhar no Facebook em junho de 2019, em uma equipe de cerca de 200 pessoas focada em “Integridade Cívica”, responsável por lidar com assuntos relacionados com eleições.

Ela pediu demissão em abril de 2021, mas ficou por mais um mês finalizando projetos e repassando as tarefas para outros funcionários.

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