Quarta-feira, 24 de abril de 2024

Jogos: eles vão invadir sua empresa

Você pode até não gostar de videogames, jogos de celular ou mesmo um jogo de cartas, mas saiba que empresas com as quais que você interage utilizam diversas técnicas e mecânicas dos jogos para engajar, interagir e aprender com seus clientes. O termo chamado Gamification (ou gamificação / ludificação) foi cunhado pelo britânico Nick Peeling em 2002, e significa aplicar mecânicas e conceitos de jogos em contextos empresariais.

O Instagram por exemplo utiliza uma série de contextos de jogos para manter seus usuários engajados por horas na plataforma, como por exemplo a Influência Social (relacionamento entre usuários, chat, compartilhamento e engajamento por postagens), Não Previsibilidade (a busca constante por novidades dos amigos e páginas) e a Escassez (lives e conteúdos disponíveis por um período limitado. Há outras empresas que trabalham o contexto de Significado ou Propósito Maior, como o Waze que cria um ambiente colaborativo de mobilidade.

O que as empresas buscam quando aplicam a Gamificação em suas estratégias? Resultados a partir do engajamento. Um dos principais usos dos contextos de jogos está na educação, como uma forma de acelerar e otimizar os treinamentos de funcionários ou cursos oferecidos pelas empresas.

O engajamento também gera maior impacto na receita pois aumenta a recorrência de produtos e serviços, transforma clientes em promotores da marca e possibilita novas formas de interação que não são necessariamente comerciais, valorizando o reconhecimento da empresa perante eles. Porém o principal benefício é a geração de dados mensuráveis de resultados das ações, bem como das interações das pessoas com as estratégias, acelerando a aprendizagem e favorecendo o desenvolvimento de novos produtos e serviços que sejam mais conectados aos desafios e necessidades dos clientes.

Pode parecer distante, mas mesmo para pequenas empresas os conceitos e mecânicas de gamificação estão disponíveis e podem ser utilizadas de forma bastante simples. Um cartão fidelidade por exemplo traz mecânicas de pontuação, progresso e recompensa, trazendo maior recorrência ao produto ou serviço. Rankings ou patentes também são formas de engajar clientes e funcionários para gerar um relacionamento competitivo saudável ou um sentimento de pertencimento e relacionamento mais profundo com as marcas.

Todavia é importante ressaltar que mesmo simples ações precisam compor uma estratégia bem definida, pois mesmo a inserção de uma camada de diversão e engajamento no contexto empresarial pode gerar desconexão com o propósito ou competitividade excessiva dentro da organização.

É provável que no futuro próximo a gamificação se torne uma ferramenta estratégica de gestão além de uma simples solução de recursos de jogos, visto que o investimento nessa área cresce de forma constante e mais de um bilhão de pessoas se consideram jogadores ativos de alguma plataforma de entretenimento, conforme a estimativa do M2 Advisory Group. O lado positivo para quem consome é que haverá cada vez mais investimento em experiências interessantes com os produtos e serviços que consumimos.

Marcelo Almeida | Federasul Divisão Jovem

Especialista em Service Design, Jornadas e Gamificação. Formado em Design pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com especialização em Gamificação pela PUCPR. Trabalhei com as principais agências do Rio Grande do Sul, RBSTV e na Startup alemã LibroBuch Und Photoprodukte, em Berlim. Sou co-fundador da empresa de marketing Pocket Creative Lab, mentor Founder Institute Brasil e do programa Canadense de Mentores Globais para aproximação de empresas brasileiras com o Canadá.

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