Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Juros do crédito rotativo disparam no Brasil. Saiba como sair da dívida no cartão

Pressionados pela inflação e aumentos seguidos na taxa Selic, os juros não param de subir no Brasil . Nesta semana, o Banco Central informou que, para o cartão de crédito na modalidade rotativo, o patamar atingido no mês passado foi o maior desde agosto de 2017: 339,5% ao ano. Trata-se da terceira alta consecutiva na modalidade.

Na esteira do elevação no “crédito de plástico” estão a taxa para o parcelamento no cartão (que chegou a 168,7% ao ano) e os juros do cheque especial (que alcançaram 128,6%, maior nível desde março de 2020).

Diante dessa escalada como o brasileiro pode fazer para não ficar mais endividado? Especialistas explicam que no momento atual o melhor a se fazer é evitar o uso dessa forma de pagamento.

“A dívida do cartão é uma das formas de crédito mais caras e, na verdade, é uma das alternativas mais utilizadas neste momento de carestia para fechar o orçamento e pagar as contas do mês da família”, explica o economista e professor Gilberto Braga, que acrescenta:

“O grande risco é aumentar cada vez mais endividamento na medida que, com a inflação elevada, a família não consegue manter o orçamento equilibrado. O rotativo do cartão de crédito deve ser usado com cuidado porque junto com o cheque especial são as duas formas de dívidas mais caras e mais difíceis de serem revertidas”.

Os juros médios do sistema financeiro chegaram a 21,6% ao ano em setembro depois de quatro meses seguidos de alta, o maior patamar desde março do ano passado. Os juros sobem tanto para pessoas físicas quanto para empresas.

No último caso, a alta vem acontecendo desde junho, quando as empresas pagavam em média 12,8% de juros ao ano. Em setembro, esse número chegou a 14,9%, maior patamar desde agosto de 2019, quando o número foi registrado.

O consignado também subiu para servidores públicos, de 16,7% ao ano em agosto para 17% em setembro, de trabalhadores do setor privado de 29,8% para 31% e para beneficiários do INSS de 20,4% para 20,5%.

Entre em contato com a emissora do cartão para solicitar Custo Efetivo Total (CET) da dívida. Só assim é possível ter o valor real de quanto está devendo. Essa informação é um direito do consumidor, alerta o Procon.

Uma dica do economista Gilberto Braga é: “Faça uma soma de tudo e veja quanto precisaria para pagar tudo à vista. Isso vale principalmente para quem tem mais de um cartão, que pode ser de crédito ou débito”.

Análise das finanças

De posse do valor do tamanho da dívida com cartão, agora é preciso descobrir quanto pode separar por mês para pagar a dívida do cartão de crédito. Anote os gastos em um caderno, uma planilha de Excel ou até um aplicativo específico para finanças pessoais. O importante é ter o controle de todos os ganhos, gastos fixos e pontuais.

Reavalie os gastos

É importante fazer uma autoavaliação para entender o que causou o seu descontrole financeiro. Faça o pente-fino da fatura e veja exatamente quando o descuido ou descontrole aconteceu. Entender a origem da dívida é importante para evitar que o mesmo problema ocorra novamente.

Negocie com o cartão

Com o valor da dívida e de quanto terá para pagar, entre em contato com o banco para negociar a dívida. Fique atento para evitar parcelamentos que comprometem o orçamento.

Avalie a proposta

Quitar uma dívida cara, como a do cartão de crédito, é uma tarefa para ser cumprida o mais breve possível. Mas isso deve ser feito por meio de uma proposta que também seja boa para o consumidor. Se o valor combinado na negociação não couber no orçamento, ele pode se complicar de novo e não conseguir sair do endividamento.

Corte gastos

Lembre-se: se a conta não fecha no fim do mês ao ponto de você não conseguir pagar a fatura do cartão de crédito, é sinal de que está gastando mais do que ganha.

A solução é cortar gastos desnecessários e reduzir, ou pelo menos reavaliar, o que não pode ser eliminado. Estabeleça um limite para alguns gastos, como plano de telefone, internet, supermercado. Isso vai ajudar a manter o controle das finanças.

Evite parcelamento

Outro ponto importante é evitar novas compras parceladas, principalmente durante esse período de controle das finanças. Parcelar é uma facilidade, pois permite a aquisição de bens que, se fossem comprados à vista, consumiriam boa parte do orçamento mensal. No entanto, parcelas a perder de vista podem levar ao descontrole financeiro.

Troque de dívida

Procure alternativas mais baratas, caso perceba que o acordo com a instituição será muito complexa. Assim, no lugar da parcela com juros altos, é possível pagar parcelas que caibam no seu orçamento. No mercado, existem opções de crédito com taxas de juros reduzidas, como o empréstimo consignado, que tem taxa mais em conta.

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