Terça-feira, 18 de novembro de 2025

Justiça aceita denúncia contra 25 investigados por fraudes em licitações na cidade gaúcha de Rio Pardo

A 2ª Vara Judicial da Comarca de Rio Pardo aceitou denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) contra 25 indivíduos investigados por fraudes em licitações na prefeitura da cidade do Vale do Rio Pardo. Foram apontadas quase 140 irregularidades, cometidas no período de agosto de 2018 a março de 2021.

Os 25 réus respondem pelos crimes de dispensar licitações com o propósito de direcionar contratações, fraudes em processos licitatórios, superfaturamento em licitações, falsidade ideológica, peculato (desvio de valores envolvendo servidores públicos), associação criminosa e lavagem de dinheiro.

A denúncia foi oferecida no dia 15 de dezembro do ano passado ao Poder Judiciário pelo promotor de Justiça Mauro Rockenbach, da 9ª Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre. Segundo ele, dentre os envolvidos há uma vereadora, sete ex-secretários municipais, servidores públicos(sendo que oito ainda seguem no Executivo) e empresários.

Ainda de acordo com o promotor, a investigação – decorrente da Operação Aliança Criminosa – comprovou que, principalmente, duas empresas de Frederico Westphalen eram as beneficiadas pelo esquema fraudulento.

O processo constatou que notas fiscais eram falsificadas para não evidenciar que a mercadoria contratada não era entregue na sua totalidade, o que também facilitava os desvios de valores.

No segundo escalão, os suspeitos incluem integrantes das secretarias do Trabalho, Saúde e Educação. Rockenbach acusa esse grupo de prestar apoio à organização criminosa na contratação das empresas, fornecedoras dos mais diversos tipos de produtos.

Já no terceiro escalão, havia representantes comerciais e ainda servidores públicos que atuavam diretamente no setor de licitações, tecnologia de informação, dentre outros. Por fim, o quarto escalão era composto de empresários.

Operação

Em maio de 2021, o MP-RS prendeu três pessoas e cumpriu 17 mandados de busca e apreensão em sete cidades para combater crimes como fraudes em licitação e lavagem de dinheiro. Uma ex-servidora pública da Prefeitura de Dona Francisca, o dono e o gerente de duas empresas de Frederico Westphalen foram presos por fraudes em licitação, organização criminosa, lavagem de dinheiro, peculato-desvio e elevação arbitrária de valores.

Além das prisões, foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão em endereços comerciais e residenciais em Dona Francisca, Frederico Westphalen, Erval Seco, Caiçara, Pontão, Santa Cruz do Sul e Rio Pardo, inclusive na prefeitura desse último por fatos cometidos na gestão anterior.

As duas empresas que foram alvo da ofensiva há mais de dois anos integravam um cartel com outros 19 estabelecimentos – todos investigados por combinar ofertas para burlar processos licitatórios em vários municípios gaúchos.

(Marcello Campos)

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