Quinta-feira, 05 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 25 de fevereiro de 2024
A juíza federal Raquel Vasconcelos Alves de Lima, do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6), tornou réus os brasileiros Mohamad Khir Abdulmajid e Lucas Passos Lima. Os dois são suspeitos de envolvimento com o Hezbollah, organização militante xiita libanesa. A magistrada aceitou denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF).
Abdulmajid é suspeito de recrutar brasileiros para o Hezbollah. Ele está foragido desde o início de novembro do ano passado, quando a Operação Trapiche foi deflagrada.
Ele teria saído do Brasil, de acordo com registro migratório, em 18 de outubro com destino a Beirute, no Líbano. Não há informação de retorno ao Brasil. O mandado de prisão preventiva contra ele foi incluído na lista de difusão vermelha da Interpol.
Lucas Passos Lima está preso preventivamente no Centro de Detenção Provisória de Guarulhos (SP). Ele é investigado sob a suspeita de estar vinculado ao Hezbollah e de ter viajado para o Líbano para interação com o grupo. Ele nega envolvimento com o Hezbollah.
A juíza responsável pelo caso marcou para o dia 21 de março a audiência de instrução e julgamento de Lima. Nesta data, o brasileiro será interrogado por videoconferência e haverá a oitiva de uma testemunha de acusação e aquelas eventualmente indicadas pela defesa.
No final de janeiro, o ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça, rejeitou pedido da defesa de Lima e o manteve preso preventivamente.
Em sua decisão, o ministro afirmou que a continuidade da prisão se justificava diante dos indícios levantados na investigação e que ainda há análise pendente do caso na segunda instância.
A juíza determinou ainda, atendendo a um pedido feito pela Polícia Federal, o desmembramento das investigações para que novos inquéritos sejam abertos contra outros suspeitos de estarem envolvidos com o Hezbollah. A solicitação teve parecer favorável do MPF.
“Não se pode olvidar que, além de Lucas [Passos Lima], outros brasileiros também foram identificados como alvos dos recrutamentos pela organização terrorista”, justificou na decisão.
De acordo com a juíza, o perfil dos supostos recrutados levantou suspeitas pela ausência de vínculos com o país ou condições financeiras para empreender viagens ao exterior – alguns por mais de uma vez ou três vezes em menos de um ano – e por possuírem antecedentes criminais.
“Não obstante, há diligências já determinadas e ainda não finalizadas, consistentes na expedição de ofícios para as companhias aéreas e agências de turismo ou empresas responsáveis pelas vendas das passagens adquiridas em favor dos investigados, a fim de levantar informações sobre a forma de pagamento e os dados disponíveis de quem as adquiriu, se possível”, pontuou.