Quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 25 de outubro de 2023
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou, nesta quarta-feira (25), com o líder máximo do Catar, emir Tamim bin Hamad al-Thani, sobre o conflito na Faixa de Gaza, no Oriente Médio. Lula tenta uma mediação para a liberação dos cerca de 30 brasileiros que estão no território palestino.
“O presidente manifestou sua preocupação com a situação do grupo de brasileiros que ainda está na Faixa de Gaza, à espera de repatriação. Comentou sobre a prontidão do plano de evacuação, com aeronave presidencial posicionada no Cairo, e da operação de acolhimento na volta ao Brasil”, informou a Presidência da República.
Segundo a nota, ambos os líderes concordaram sobre a importância da abertura de um corredor humanitário e da libertação de todos os reféns e ressaltaram a necessidade de um cessar-fogo e os perigos de uma escalada no conflito, “que precisa ser evitada”.
Na conversa com al-Thani, Lula destacou o relevante papel desempenhado pelo Catar nas tentativas de mediação do conflito entre Israel e o Hamas. “Brasil e Catar coincidem sobre uma solução de dois Estados, Israel e Palestina, convivendo juntos e em paz”, diz o Palácio do Planalto.
Tratativas
O contato com o emir do Catar soma-se à série de conversas que o presidente brasileiro tem realizado com líderes mundiais, na tentativa de promover uma solução para o conflito e ajuda aos civis. Nas últimas semanas, Lula conversou com os presidentes de Israel (Isaac Herzog), da Autoridade Palestina (Mahmoud Abbas), do Irã (Ebrahim Raisi), do Egito (Abdel Fattah el-Sissi), da Turquia (Recep Tayyip Erdogan), da França (Emmanuel Macron), da Rússia (Vladimir Putin), dos Emirados Árabes (Mohammed bin Zayed Al Nahyan) e do Conselho Europeu (Charles Michel).
Morte de civis
Antes da conversa, Lula discursou no Palácio do Planalto e defendeu que o conflito no Oriente Médio trata-se de um genocídio, e não uma guerra, ao citar as crianças mortas em decorrência dos bombardeios.
“É muito grave o que está acontecendo neste momento no Oriente Médio. Não se trata de ficar discutindo quem está certo ou errado, quem deu o primeiro tiro, ou o segundo. O problema é o seguinte: não é uma guerra, é um genocídio que já matou quase 2 mil crianças, que não tem nada a ver com essa guerra, que são vítimas dessa guerra”, frisou Lula.
“Sinceramente, eu não sei como o ser humano é capaz de guerrear, sabendo que o resultado dessa guerra é a morte de crianças e inocentes. É um momento difícil”, seguiu.
No dia 7 de outubro, o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, lançou um ataque surpresa de mísseis contra Israel e a incursão de combatentes armados por terra, matando civis e militares e fazendo centenas de reféns israelenses e estrangeiros. Em resposta, Israel bombardeou várias infraestruturas do Hamas, em Gaza, e impôs cerco total ao território, com o corte do abastecimento de água, combustível e energia elétrica.
Os ataques já deixaram milhares de mortos, feridos e desabrigados nos dois territórios. Em Gaza, a autoridade de saúde informou que mais de 6,5 mil palestinos, incluindo 2,7 mil crianças, foram mortos.