Terça-feira, 22 de abril de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 31 de janeiro de 2023
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a criação de um grupo de países para mediar um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, que estão em guerra desde 24 de fevereiro de 2022.
“O que é preciso é constituir um grupo com força suficiente para ser respeitado em uma mesa de negociação e sentar com os dois lados”, disse o petista na segunda-feira (30), após um encontro com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, no Palácio do Planalto.
O petista citou a participação de países como Índia, Indonésia e, principalmente, a China nesse processo de paz. “Nossos amigos chineses têm um papel muito importante. Está na hora da China colocar a mão na massa”, prosseguiu.
“Temos que criar outro organismo, da mesma forma que criamos o G20, quando aconteceu a crise econômica em 2008, queremos propor um G20 para por fim ao conflito Rússia e Ucrânia”, explicou Lula. Ele garantiu que vai levar a ideia ao presidente Joe Biden, em visita aos Estados Unidos em fevereiro, e ao presidente Xi Jinping, em março, quando for visitar a China.
Armamentos
O presidente brasileiro confirmou ter vetado o envio de munições de tanques de guerra à Ucrânia por não concordar com o conflito do país com a Rússia. O pedido foi feito na semana passada pelo governo alemão, que tem ajudado diretamente a Ucrânia com o envio de armamentos.
“O Brasil é um país de paz, o último contencioso nosso foi na guerra do Paraguai. O Brasil não quer ter participação, mesmo que indireta”, disse Lula.
Scholz declarou que a guerra é uma violação do direito internacional e voltou a condenar a Rússia. “Essa guerra não é uma questão europeia, mas uma questão que diz respeito a todos nós. É uma violação flagrante do direitos internacionais e da ordem internacional que acordamos em conjunto. Ninguém pode mexer em fronteiras de forma violenta, isso são tradições que pertencem ao passado”, disse o chanceler.
Governança global
Durante o encontro bilateral, Lula também falou sobre a proposta de criar um grupo de países formado por Brasil, Alemanha, Japão e Índia para reivindicar um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Ele criticou a atual arquitetura de governança geopolítica.