Domingo, 09 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 15 de março de 2023
O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, reconheceu que a reprimenda dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a quem antecipasse a divulgação de programas sem antes amadurecer a ideia dentro do governo foi de fato dirigida a ele. O desconforto foi gerado no presidente com o anúncio do “Voa, Brasil”, que promete oferecer passagens de até R$ 200 ao público formado por aposentados, funcionários públicos e estudantes.
França aceitou a crítica e deu razão ao chefe do Executivo. “Lula nunca erra, está sempre certo”, afirmou o ministro a jornalistas ao chegar à solenidade de lançamento da Frente Parlamentar Mista de Portos e Aeroportos.
“É uma coisa de tanto impacto positivo que realmente seria bom que a Casa Civil tivesse [participado] mesmo”, afirmou França. Mais cedo, o próprio ministro Rui Costa afirmou que não recebeu detalhamento do Ministério de Portos e Aeroportos sobre o programa.
“Comuniquei no dia que tivemos reunião de ministros. Falei sobre esse assunto dentro da reunião de ministros”, disse França.
Segundo o ministro, o “Voa, Brasil” já conta com apoio de parte importante do setor. “Elas [as companhias aéreas] estão formatando a ideia. Pelo menos duas toparam, a Gol e a Azul. Tenho certeza que a TAM (Latam) também vai topar”, disse.
França enfatizou que a ideia “não é um programa do governo”, mas “é das empresas”. Ele disse que talvez a iniciativa não tenha sido compreendida porque parte das pessoas achou que o governo iria subsidiar as passagens mais baratas.
Procuradas pela reportagem depois dessa declaração, as aéreas demonstraram surpresa nas primeiras abordagens. Gol e Azul afirmaram, por meio de notas, que estão dispostas a contribuir com o projeto. Latam ainda não se manifestou sobre o assunto.
Na nota, a Azul destacou que já está em contato com o Ministério de Portos e Aeroportos e “vê com bons olhos a iniciativa apresentada para incentivar aposentados, estudantes e funcionários públicos a utilizarem o transporte aéreo”.
A Gol afirmou que “nasceu com o propósito de democratizar a aviação no Brasil”, e “está sempre à disposição para contribuir com o governo na viabilização de um projeto que amplie ainda mais o acesso da população ao transporte aéreo”.