Quinta-feira, 12 de setembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 5 de abril de 2024
O governo Lula vai lançar nos próximos dias a campanha publicitária intitulada “Fé no Brasil”. São filmes que tentam juntar as marcas do governo e, ao mesmo tempo, fazer um aceno aos evangélicos.
Pesquisas encomendadas pela gestão petista mostraram queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, especialmente no segmento evangélico, que representa 30% do eleitorado. A portas fechadas, a avaliação é a de que o governo tem perdido a batalha da comunicação para aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A campanha será regionalizada e, a cada visita de Lula a um Estado, haverá exibição do material para o público. O conceito básico da propaganda, que pretende injetar esperança na população, foi apresentado recentemente a secretários executivos e chefes de assessorias de imprensa dos ministérios pelo titular da Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, e pelo marqueteiro Sidônio Palmeira.
A ideia é que, neste ano de eleições municipais, os ministros também comecem a falar sobre programas do governo de todas as pastas, e não somente sobre suas áreas. Para tanto, a Secom produzirá um caderno com informações sobre as principais realizações do governo.
Ao conversar com os secretários executivos dos ministérios, Pimenta destacou que era preciso arrumar a comunicação da equipe. Observou, ainda, a necessidade de jogar os holofotes sobre as ações positivas e as “entregas” do governo para reduzir a polarização política que divide o País.
Sidônio Palmeira foi chamado por Lula para ajudar na comunicação após a desaprovação do governo aumentar. O marqueteiro assinou a campanha do PT em 2022 e foi o criador do slogan do terceiro mandato, batizado como “União e Reconstrução”.
Com o mote “Fé no Brasil”, que vai embalar programas já apresentados – como Pé de Meia, Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida –, Lula tentará demonstrar que, após um ano definido por ele como sendo de “plantar”, chegou a hora “da colheita” e as promessas saíram do papel.
“Se as pessoas não falam bem da gente, ou bem das coisas que a gente fez, nós é que temos que falar”, argumentou o presidente na reunião ministerial realizada em março.
A propaganda aparecerá em rádio, TV, jornais e mídias digitais. Nas redes sociais, os anúncios serão emoldurados pela inscrição “Bote fé no Brasil”, com letras coloridas, ao lado de “Estamos no rumo certo”. Sob o guarda-chuva da “União e Reconstrução”, o governo já adotou outros três slogans: “O Brasil voltou”, “Brasil no rumo certo” e “Brasil, um só povo”.
Nos bastidores, porém, auxiliares de Lula admitem que, para o clima de polarização diminuir, ele próprio precisa mudar o discurso. O presidente não apenas tem reagido aos ataques como puxado a briga com Bolsonaro.
Na reunião ministerial de março, por exemplo, Lula chamou o ex-presidente de “covardão” e disse que ele “ficou no Palácio chorando um mês”, após perder as eleições, preferindo “fugir” antes da tentativa de golpe, em 8 de janeiro de 2023.