Sábado, 27 de abril de 2024

Mais um ex-funcionário levanta acusações contra o Facebook

Um novo denunciante acusa o Facebook de pôr o lucro acima da moderação de conteúdo problemático, segundo o Washington Post, enquanto a gigante das redes sociais luta para se livrar do escândalo causado pelas revelações de sua ex-funcionária Frances Haugen.

Segundo um artigo publicado no jornal americano, este segundo denunciante foi membro da equipe do Facebook encarregada da integridade física da plataforma e fez uma declaração sob juramento na Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC).

“Vai ser fogo de palha. Alguns legisladores vão ficar irritados. E então, em algumas semanas, eles vão se ocupar de outra coisa. Enquanto isso, estaremos imprimindo dinheiro no porão e vai ficar tudo bem”, teria dito Tucker Bounds, membro da equipe de comunicações do Facebook, segundo o Post.

O segundo denunciante, ainda anônimo, assinou sua declaração em 13 de outubro, uma semana depois do testemunho contundente de Frances Haugen no Congresso dos Estados Unidos.

Esta ex-engenheira informática do Facebook, chamada de “heroína” por um senador democrata, reiterou que os chefes do grupo californiano, com Mark Zuckerberg à frente, “financiam seus lucros com a nossa segurança”.

Anteriormente, ela tinha vazado ao Wall Street Journal documentos internos que lançavam nova luz sobre abusos conhecidos das redes sociais, como os problemas psicológicos de adolescentes superexpostas às vidas e aos corpos aparentemente “perfeitos” de influenciadoras no Instagram.

Segundo o Washington Post, a declaração desta nova pessoa na SEC assegura que os administradores do Facebook minaram regularmente os esforços no combate à desinformação, ao discurso de ódio e outros conteúdos problemáticos por medo de irritar o ex-presidente Donald Trump e seus aliados políticos e para não correr o risco de perder atenção dos usuários, fundamental para seus lucros elevados.

Erin McPike, porta-voz do Facebook, destacou que o artigo estava “abaixo dos padrões do Washington Post, que durante os últimos cinco anos só escreveu depois de investigar os méritos e encontrar múltiplas fontes”.

A companhia californiana leva anos sendo alvo de uma polêmica atrás da outra, de sua moderação de conteúdo, especialmente no período eleitoral, à sua estratégia econômica, que muitos consideram que infringe as normas de concorrência.

Frances Haugen

Frances prestou depoimento no início deste mês ao Senado dos Estados Unidos para pedir a regulamentação do Facebook. A audiência aconteceu um dia após o apagão mundial que afetou bilhões de usuários e expôs a dependência mundial de seus serviços.

A ex-gerente de produtos da rede social testemunhou no Capitólio depois de vazar para as autoridades e o Wall Street Journal documentos internos que detalham como o Facebook sabia que seus sites eram potencialmente prejudiciais para a saúde mental dos jovens.

“Acredito que os produtos do Facebook prejudicam as crianças, intensificam a divisão e enfraquecem a nossa democracia”, destacou Haugen. “É preciso que o Congresso aja. Essa crise não será resolvida sem a sua ajuda”.

Em seu discurso, Haugen alertou para o risco de não criar novas defesas contra uma plataforma que revela pouco sobre seu funcionamento. Ela também considerou que há um perigo por conta do poder nas mãos de um serviço que se tornou necessário na vida diária de tantas pessoas.

“A empresa esconde intencionalmente informações essenciais aos usuários, ao governo dos Estados Unidos e aos governos do mundo todo”, disse a declaração de Haugen. “A gravidade desta crise exige que saiamos das nossas estruturas regulatórias anteriores”.

Engenheira da computação de formação, Haugen trabalhou para empresas como Google e Pinterest. Ela afirmou em entrevista que o Facebook é “substancialmente pior” que tudo o que já viu. Frances acusou o Facebook de “colocar os lucros acima da segurança” e disse que “agiu para ajudar a incentivar mudanças na gigante das mídias sociais, não para despertar raiva”.

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