Por Redação do Jornal O Sul | 15 de maio de 2025
Um dos maiores sucessos da teledramaturgia brasileira está de volta à telinha da Globo no Vale a Pena Ver de Novo. Exibida originalmente em 1994, A Viagem, escrita por Ivani Ribeiro, virou um marco não apenas pelos números de audiência, mas por ser a primeira trama do “plim plim” a abordar o espiritismo. Maurício Mattar, de 61 anos, viveu um dos personagens centrais da trama, e em conversa com a Quem, falou sobre esse fenômeno da sua carreira.
“É gratificante saber que é uma novela que marcou muito o público e que é a mais reprisada da Rede Globo até hoje. Ela fez bastante sucesso, porque tratava sobre o lado espírita, algo que nunca tinha sido feito antes na teledramaturgia. E até hoje é um sucesso”, afirmou o artista, que deu vida ao personagem Téo em A Viagem.
Na trama, Maurício dividiu muitas cenas com Guilherme Fontes, que interpretou marcante Alexandre. Na história, ele morre na cadeia e volta como espírito para induzir Téo a fazer o que ele quer. O ator falou que gravar com o grande vilão da novela era ótimo, pois eles já se conheciam há anos. “Somos amigos desde a época do teatro, bem antes da novela acontecer. Desde adolescentes, fazíamos teatro juntos. Fizemos vários espetáculos e depois algumas novelas. A Viagem foi uma delícia, porque fizemos um trabalho muito bom, principalmente pela nossa intimidade e amizade.”
Entre as cenas marcantes, Maurício destacou as que era “possuído” pelo espírito de Alexandre. “Todas as cenas eram, para mim, muito fortes. As vezes que eu me transformava no Alexandre era uma fusão muito saborosa artisticamente, pois havia dois personagens em um só. Isso foi um desafio muito saboroso. Tenho uma recordação muito gostosa dessa novela, porque ela foi muito bem feita, muito bem escrita e muito bem dirigida. Tudo era perfeito e num tom equilibrado e certinho.”
Energia nas gravações
Maurício disse que nunca presenciou nada “sobrenatural” no set de gravação, mas contou que sentia uma energia diferente. “Eu me concentrava muito para fazer um trabalho no qual lidava com energias espirituais”, comentou. “Chegava em casa com muita dor de cabeça, pela concentração e por mexer com uma energia que não é brincadeira. A gente levava muito a sério, tivemos várias pesquisas e aprendemos com profissionais da área e médiuns, mas nunca vi nada de extraordinário acontecer, espiritualmente falando.”
Para o artista, curiosidades desse tipo ajudou no sucesso da trama. “É um assunto que chama muita atenção de todos, desde os que já conhecem, estudam e lidam com essa energia, pois querem saber como a novela aborda esse tema, aos que não tem tanto aprofundamento e buscam entender através dessa história. A Viagem ensinou todo mundo a entender mais sobre a vida e a morte”, destacou.
