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Por Redação Rádio Pampa | 13 de dezembro de 2023
A ministra Marina Silva, chefe da delegação brasileira na COP 28, cobrou os países ricos, em seu discurso na plenária que aprovou o “Balanço Geral”, principal acordo da conferência em Dubai. “É fundamental que os países desenvolvidos tomem a dianteira na transição rumo ao fim dos combustíveis fósseis e assegurem os meios necessários para os países em desenvolvimento poderem implementar suas ações de mitigação e adaptação”, disse a ministra de Meio Ambiente e Mudança Climática.
Em sua declaração, Marina também adiantou que a próxima tarefa do governo brasileiro, já olhando para a COP 30, em Belém (PA), é obter avanços no financiamento climático e garantir a transição justa.
“O compromisso que estamos assumindo aqui redireciona nossas ambições, mas também nossas responsabilidades, nosso comprometimento em todas as suas dimensões: mitigação, adaptação e meios de implementação alinhados a 1.5°C são agora incontornáveis”, disse ela.
“Estamos felizes com a decisão do estabelecimento de uma troca – Emirados Árabes Unidos, Azerbaijão e Brasil – para fazermos nestes dois anos o que a ciência nos diz ser a última janela de oportunidade para redirecionar nossas ações para 1.5°C”, disse. A “troica” é um trabalho conjunto entre os três presidentes das COP 28, da próxima, a COP 29, em Baku, e finalmente a COP na Amazônia.
“Agradeço igualmente pelo papel desempenhado pela sociedade civil, representada em todos os setores, nos fazendo fortes cobranças para nos lembrar do sentido de urgência nas decisões que aqui tomamos. Estamos agora em condições de aprovarmos um acordo basilar que dá continuidade aos compromissos que assumimos no âmbito do Acordo de Paris”, disse.
“Como disse o presidente Lula nos seus discursos no início desta COP, não podemos sair daqui sem a firme decisão de enfrentar o debate sobre o ritmo lento da descarbonização do planeta e trabalhar por uma economia menos dependente de combustíveis fósseis”, seguiu.
Influência
A revista “Nature” elegeu a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, como uma das dez personalidades mais importantes para a ciência em 2023. Definindo-a como “protetora da Amazônia”, o artigo destaca que, num ano que trouxe más notícias ambientais, com aquecimento global recorde e ondas de calor, Marina transmitiu uma mensagem de esperança quando anunciou, em agosto, uma queda de 43% nos alertas de desmatamento na Floresta Amazônica entre os meses de janeiro e julho, na comparação com o mesmo período do ano passado.
A “Nature” afirma que “a reviravolta na proteção ambiental do Brasil” começou no primeiro dia do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando Marina assumiu o cargo pela segunda vez, “com a dura missão de reconstruir o que estava desmantelado e, ao mesmo tempo, criar novos resultados para a política ambiental”, como a própria ministra declarou.
O artigo destaca ainda dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que mostram que o desmatamento na Amazônia de agosto de 2022 a julho de 2023 é estimado em 22% abaixo do que foi nos 12 meses anteriores, a taxa mais baixa desde 2018, mas ainda cerca de duas vezes maior que a de 2012, quando o desmatamento foi o mais baixo desde que os satélites do Inpe começaram a fazer medições em 1988.