Quinta-feira, 03 de outubro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 12 de setembro de 2024
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nessa quinta-feira (12), que “infelizmente” tem pouco tempo para acompanhar as redes sociais ao ser perguntado quais fake news mais o incomodam. Algumas delas são “tão alopradas” que fazem o chefe da equipe econômica rir, relatou.
“Eu infelizmente tenho pouco tempo para acompanhar redes sociais, não dá tempo de olhar. E, no fim de semana, eu não quero olhar, tenho que estar sereno, na segunda tenho que estar muito bem disposto para negociar. Mas, às vezes, dou até risada, são coisas tão alopradas, você pensa, será que alguém está acreditando numa coisa dessa?”, respondeu Haddad ao participar do programa “Bom dia, ministro”, da EBC.
O ministro aproveitou o assunto também para fazer uma avaliação crítica do mundo virtual e a relação com as eleições. Sem citar nomes, disse que “até em estelionatário as pessoas estão dispostas a votar”.
“Sujeito tem conversa fácil, já roubou pessoas, deu golpe e quer dar golpe eleitoral agora. Curioso o que está acontecendo eleitoralmente. E a pessoa assume o que faz, hoje virou ativo eleitoral se expor e dizer ‘fui condenado, roubei, sei dar golpe, sou esperto’”, avaliou o ministro, dizendo, contudo, confiar que o processo democrático acaba “depurando esse tipo de coisa”.
Pessimismo
No mesmo programa, Haddad afirmou que o Brasil vive um momento que é “o melhor dos mundos” porque está com uma taxa de desemprego historicamente baixa e com uma inflação também baixa, mas reconhece que ainda há pessimismo em parte do mercado financeiro. Para Haddad, parte desse pessimismo é especulação.
“Nós crescemos em três meses o que o mercado projetou para o ano inteiro. Entendo que tem os especuladores que ganham com isso, nós não podemos desconsiderar a especulação. Tem gente que ganha com esse tipo de conversa, mas tem gente que erra também. Tem gente que erra a previsão, e de boa fé”, comentou Haddad.
O ministro disse que há uma contradição no mercado financeiro que vem celebrando os resultados da Argentina, que registrou uma queda no PIB de -5,1% no 1º trimestre do ano, enquanto ainda critica os números brasileiros.
“Quando eu falo com empresários argentinos, que o país está derretendo, eles estão otimistas. A recessão na Argentina é brutal, a pobreza passou de 50% na Argentina. E quando você fala com alguém do mercado financeiro aqui, no Brasil, você vê exatamente o contrário. Ele fala que tudo está indo errado. Agora, as previsões catastrofistas não estão acontecendo”, completou Haddad.