Sábado, 25 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 13 de outubro de 2023
O apoio do Partido dos Trabalhadores (PT) à demanda por um Estado Palestino colocou ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva sob pressão nas redes sociais. Desde o estopim da guerra, auxiliares do petista foram colocados contra a parede por supostamente terem sido “complacentes”, num passado recente, com o grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza. As críticas levaram, inclusive, a divergências internas sobre como tirar o governo das cordas nas plataformas digitais.
Os principais alvos da oposição foram os ministros da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República, Alexandre Padilha (PT-SP), e da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta (PT-RS).
Um dos fatos recuperados nas redes aconteceu em 2021. Na época, parlamentares petistas divulgaram um manifesto com o título “Resistência não é terrorismo!”, no qual se posicionam de forma contrária à classificação do Hamas como “organização terrorista”. A nota é assinada por diversos deputados do PT, incluindo Pimenta e Padilha.
Diante do impacto na imagem do governo, Padilha foi às redes para tentar contextualizar a decisão tomada na época. “Naquele momento, estávamos em uma fase aguda da pandemia”, contou.
“Assinei esse documento, naquele contexto, porque aumentar o tensionamento com organizações da região [como o Hamas] tornaria ainda mais difícil garantir ações de cuidado pelos governos locais. Em nenhuma hipótese essa decisão pode ser confundida com apoio a qualquer tipo de violência”, complementou.
Já Pimenta tentou evitar o assunto em seu perfil nas redes. Um sinal de que as críticas podem continuar é que Padilha também está precisando explicar, nos últimos dias, o fato de ter recebido, cinco dias antes do atentado terrorista contra Israel, um apoiador do Hamas, Sayid Tenório, dentro do Palácio do Planalto.
“A agenda em questão foi uma breve visita de cortesia solicitada pelo embaixador do Brasil para a Palestina, que esteve presente no encontro, como desdobramento do diálogo institucional da SRI com a Frente Parlamentar Brasil-Palestina. O ministro Alexandre Padilha já manifestou publicamente seu repúdio aos atos terroristas ocorridos”, respondeu em nota a SRI.
Cinco dias antes do atentado contra Israel, o ministro Padilha, recebeu um apoiador do Hamas. A visita foi fotografada e publicada por Sayid Tenório em suas redes sociais. Tenório é vice-presidente do Instituto Brasil-Palestina. Na fotografia, Padilha aparece ao lado de Sayid e de mais uma pessoa, segurando o livro “Palestina, do mito da terra prometida à terra da resistência”, escrito pelo ativista.
Tenório, zombou na rede social X, ex-Twitter, de uma mulher sequestrada por terroristas.
“Isso é marca de m… Se achou nas calças”, disse, acrescentando um emoji de risada, diante do vídeo que mostra terroristas armados retirando do porta-malas de um jipe e conduzindo pelos cabelos até o banco de trás uma refém ensanguentada, de mãos atadas e calça manchada na altura das nádegas.
Sayid fez uma série de manifestações pró-Palestina e pró-Hamas nas redes sociais. Em uma delas, ele publica uma foto do massacre de jovens pelo Hamas na festa de música eletrônica perto da fronteira com Gaza.
“Colonos judeus ilegais sentindo na pele por um dia, aquilo que os palestinos vêm sofrendo diariamente há 75 anos”, escreve Sayid na legenda.
Na outra, ele se manifesta a favor da prática do Hamas de fazer reféns e o classifica como movimento de resistência.
“O movimento de resistência palestino Hamas afirma ter capturado um número suficiente de soldados e um general israelense suficiente para trocá-los por todos os palestinos mantidos ilegalmente em prisões israelenses”, disse.